sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Um garoto endiabrado


Barretos é uma cidade que gerou muitos personagens para o bem e para o mal tanto adultos como crianças.
Esta narrativa é sobre a trajetória de uma criança acima da media em comportamento social o qual podemos classificar como atitudes delinqüentes.
Para dar corpo a esta narrativa temos que voltar no tempo, pra outra cidade e em outro estado, Minas Gerais.
Frutal é uma pequena cidade, más importantes, pois por ali transitava grandes manadas de gado que demandava de Goiás, Mato Grosso e era embarcada para varias partes do Pais para abastecer os frigoríficos que exportavam para varias partes do mundo principalmente para a Europa, carne enlatada e embutidos.
Nossos personagens um casal e três filhos, a mãe uma mulher apática que não fazia outra coisa a não ser os afazeres domésticos.
O pai um homem truculento, só com os filhos, era um ótimo profissional, mas não muito afeito ao trabalho não bebia, o seu vicio o jogo e pescaria, passava a maior parte do tempo nessas atividades e por essa razão estava sempre em litígio com o patrão, em varias ocasiões pela irresponsabilidade a família teve dificuldade para se alimentar chegando a consumir quirela de milho por falta de outro alimento, pois ele passava vários dias ausente pescando ou jogando em outras cidades.
E por este comportamento acabou ficando desempregado, e a situação ficou insustentável.
A mãe imposta pelo marido ia foi a cidade de Barretos pedir ajuda a uma irmã, casada com um enfermeiro e que tinha um pequeno atelier de costura. A irmã deu lhe algum dinheiro, mas ficou irritada, pois aquilo já tinha se tornado um habito.
Depois que a irmã foi embora ela tomou uma atitude escreveu uma carta para uma irmã do cunhado que morava em S. Paulo relatando o que estava o correndo e que ela não poderia mais ajudar, pois tinha que cuidar da própria vida.
A irmã do cunhado ao receber a carta ficou furiosa, mas resolveu ajuda - lo. Incontinente foi até a cidade de Frutal e propôs levar todos para S.Paulo o irmão relutou, mas acabou cedendo, pois ele devia aluguel atrasado devia no armazém no açougue a situação era deplorável.
Ela então saldou as dividas desfez dos poucos moveis que tinham pegaram um ônibus para Barretos e la tomaram um trem para S. Paulo, durante a viagem houve um fato pitoresco uma chuva fortíssima inundou um rio pelo qual o trem passava, a água chegou a altura dos trilhos e o trem passou bem devagarinho e alguns garotos foram até a plataforma tentando molhar os pés.
Chegando em S. Paulo a família foi acomodada em uma casa humilde no bairro do Jabaquara, era um misto de casa e cortiço com um porão na frente cheio de quinquilharias, havia também um pequeno gramado na parte da frente há um metro do nível da rua a casa não tinha muro nem cerca.
A família passou a dividir a casa com a bisavó dos meninos que era chamada de vó Guilhermina e que tinha o estranho habito de costurar o saco de pão e só abri-lo na hora do café isto era todo dia.
O pai logo arrumou emprego pelo bom profissional que era, mas foi por poucos meses depois meteu na cabeça a volta para o interior e sempre trocando de emprego, enquanto isso os garotos passava o tempo brincando e matando aranhas enormes que saiam do porão, ir na rua nem pensar pois a vó não deixava, a mãe sempre apática e com os afazeres da pequena casa como se o mundo tivesse parado, as vezes umas lambadas nas crianças por alguma arte ia tocando a insípida vida.
A irmã morava em outro bairro às vezes aparecia e os dois punham-se a discutir, pois ele queria de qualquer forma voltar para o interior e queria sua ajuda a insistência foi tanta que ela cedeu, informou então a ele que o inventario da mãe foi resolvido e que ela precisava uma procuração dele para vender os bens dela na cidade de Bauru um prostíbulo e duas casas que estavam sendo administradas por um advogado o qual já tinha um comprador comprador.
Tudo combinado, ela com a procuração viajou para Bauru onde vendeu o prostíbulo com tudo que havia dentro, vendeu as casas e voltou para S. Paulo.
Chegando em S. Paulo iniciou os preparativos para a volta para o interior, Antes de partir fizeram um acordo que era um pedido da mãe, Que ela comprasse uma casa em nome das crianças montasse uma oficina para ele trabalhar e o provesse por um ano de alimento e algum dinheiro, pois ela sabia que se pusesse em suas mãos o que lhe cabia ele poderia acabar com tudo, e quem iria sofrer era a família, ele não vendo outra saída concordou embora louco da vida.
Passado alguns dias lá foi a família de volta para o interior e a irmã foi junta, destino a cidade de Barretos onde ele já havia trabalhado, e que tinha campo para outra alfaiataria, pois a cidade estava em ascensão.
Após chegar na cidade e alojar a família em um hotel eles saíram a campo para comprar uma casa e alugar um salão.
Depois de uma semana haviam comprado um pequena casa e alugado um salão, em duas semanas estavam instalados na casa e o irmão com uma alfaiataria montada na rua 22 entre as avs 25 e 27
Depois de tudo acertado a irmã deixou uma quantia de dinheiro com o irmão despediu de todos e retornou para S. Paulo.
Logo após de instalado começou a aparecer os fregueses e o negocio prosperou, tanto que ele teve que contratar um oficial de paletó e um jovem calceiro que logo mostrou interesse em aprender a fazer paletó.
O rapaz surpreendeu o patrão, pois em três meses aprendeu a cortar e fazer paletó melhor que o outro oficial, seu nome Jose Pereira.
Em sei meses sem jogo e sem pescaria e o negocio funcionando parecia que ele havia se firmado.
Foi quando apareceu na alfaiataria um empreiteiro que instalava redes elétricas e que encomendou varias calças de trabalho para seus funcionários. Quinze dias depois ele foi buscar as calças, e numa conversa com uma pessoa que estava com ele mencionou uma pescaria que iam fazer no fim de semana. O freguês de nome Pirola percebeu que o alfaiate estava atento na conversa perguntou, o s.r gosta de pescar, sim respondeu é o meu passa tempo predileto. Depois da conversa ele pagou o alfaiate se despediu e já na calçada perguntou quer ir pescar na minha ilha no sábado, quero sim respondeu o alfaiate.
Piróla então passou seu endereço e disse saímos no sábado às três horas entrou no seu caminhão e foi embora.
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No sábado o patrão encarregou o Pereira para tomar conta da alfaiataria e recomendou ao rapaz dizer que ele precisou ir a uma cidade vizinha e quando fosse seis horas fechar a oficina como de costume e no domingo ele pegaria as chaves e faria o acerto de contas, fez um vale para os oficiais e saiu.
Nas semanas vindouras outras pescarias um joguinho de cartas uma passada pelo bilhar e logo tudo voltou a rotina de antes inclusive os problemas.
Logo começou a reclamações dos fregueses, roupa que não ficava pronta, empregado recebendo parcelado ausência na alfaiataria dividas se acumulando, até que começou o atraso do aluguel.
O negocio começou ir a bancarrota, os oficiais de paletó recendo parcelas saíram e foram trabalhar para outro alfaiate, com ele só ficou o Pereira , Ele nervoso com a situação passou a se ausentar passava a maior parte do tempo no bilhar na bocha ou pescando, nesta altura já tinha vários amigos, e como ele irresponsáveis.
Pressionado pelo dono do imóvel ele fez uma proposta de venda da alfaiataria para o Pereira ele assumiria a divida e o restante pagaria conforme fosse trabalhando, O rapaz que tinha alguma economia junto com o irmão Paulinho fechou negocio adiantou algum dinheiro para o alfaiate pagou parte dos atrasados e assumiu o negocio.
Negocio fechado os irmãos mudaram a oficina para um salão menor na esquina da av: 23 com a rua 28. O Paulinho continuou a trabalhar na coletoria onde era funcionário.
Algum tempo depois o alfaiate sem dinheiro e com o credito encerrado no armazém passou a trabalhar para um turco de nome Abdala, trabalhou durante algum tempo até que o Pirola organizou uma pescaria para Mato Grosso e o contratou como cozinheiro em troca das despesas que ele teria.
Fecharam a carroceria do caminhão nas laterais e no teto e partiram para a aventura, no total de dez pessoas.
Dois meses depois retornaram, ele doente com malaria, Nesse ínterim a família já estava passando necessidade, a mãe lavava e passava roupa para fora para poder comer, o garoto antes de ir para a escola engraxava sapatos e recolhia esterco para vender para ajudar no sustento.
Depois de algum tempo ele já melhor de saúde passou a trabalhar para um alfaiate de nome Nelson Moni.
Não satisfeito abandonou o trabalho e voltou a rotina de jogo e pescarias e passava dias na ilha do Pirola onde tinha um rancho todo equipado para hospedar varias pessoas todos amigos do dono e que gostavam de sua presença pois alem de ser um bom companheiro era um ótimo cozinheiro.
Foi nessa época que nasceu uma menina e a mãe como era de costume ficou de resguardo, parou de lavar e passar roupa pra fora ai aumentou as dificuldades que era sanada com a ajuda da irmã e dos garotos.
Foi nessa época que se instalou uma Empresa de reflorestamento de eucaliptos que passou a empregar crianças para o plantio. Os garotos passaram então a trabalhar no plantio, na parte da manhã plantavam e a tarde iam a escola.
Quando terminou a safra do plantio o pai sentiu a falta do dinheiro que os garotos ganhavam. Passou então a bolar uma atividade para os garotos ajudarem nas despesas.
O.b.s Este relato e necessário para demonstrar como o desajuste dos pais pode influenciar na personalidade e no comportamento de um garoto, depois um jovem e provavelmente quando adulto.
A seguir os fatos que justificam o titulo do texto.

Um garoto Endiabrado.

O pai como não era criativo pos garoto mais velho a concorrer com outro garoto da vizinhança , iniciou com venda de ovos de porta em porta, mas não deu certo, pois havia um rapazote de nome José Catarino que dominava este comercio, o pai então partiu para o doce de leite em tablete outro fracasso, pois havia dois irmãos italianos que dominava o ramo.
O pai freqüentava a casa de um compadre padrinho de um dos filhos que fazia uma empadinha inigualável que eram vendidas por ele e por um filho pelas ruas em oficinas ponto de táxi estação do trem enfim pela cidade inteira e sem que o compadre percebesse anotou a receita que passou para a esposa, ela então iniciou a fazer empadas e o pai pos o garoto para vender, outro fracasso, pois faziam até gozação com a diferença do produto, o pai enraivecido o chamava de moleque vagabundo lazarento e macutena.
As tentativas de vendas levou o garoto a confrontos com outros meninos que já executavam estas atividades ao que ele respondia com muita violência e que lhe rendeu o apelido de boi mocho,
( é um tipo de boi que ataca qualquer obstáculo não importando o que seja )
Na sua companhia estava sempre o irmão que por ser covarde e medroso ganhou o apelido de boi sonso.
O garoto (boi mocho) apesar de ser franzino ganhou fama entre a molecada uns o respeitava outros o temiam.
Na escola que era mista em relação a pobres e ricos enquanto os meninos pobres entravam na fila para apanhar o lanche no recreio ele comia com os ricos, pois trocava proteção por lanche e algum dinheiro contra os meninos truculentos.
E o pai? Ele continuava a procurar um produto para o garoto vender, pirulito de tabuleiro paçoquinha feita em casa, até que bolou um sanduíche para vender no tiro de guerra, Só que existia um problema faltava um incentivo para ele trabalhar, pois o pai ficava com todo o dinheiro, mas o garoto resolveu este problema ele ajudava a fazer o lanche e sem que a mãe percebesse ele colocava um fatia a mais de mortadela, no caminho passava na padaria e com o dinheiro que levava pra troco comprava mais pão e com a fatia que punha a mais fazia seu próprio sanduíche vendia e embolsava o dinheiro.
Depois de algum tempo o pai achando que o lucro era pouco resolveu mudar para outro produto.
Havia um parente de nome João de Paula que fazia uma bala de coco que ele mesmo fazia e vendia pela cidade que era uma delicia e com a qual sustentava a família. O pai então pensou porque não fazer o mesmo, conseguiu uma receita e a esposa passou a fazer balas para vender. O garoto saiu com uma cesta cheia, mas voltou com quase tudo, pois não tinha a qualidade das balas do tio.
Nesse dia o garoto foi para a escola com os bolsos cheios de bala, mas o pai não desistiu.
No domingo a mãe deu uma caprichada e lá foi o garoto vender as balas, na sua andança parou em um campo de futebol de várzea para tentar vender, Foi quando um tal de Jair dono de uma oficina mecânica foi chamado para substituir um jogador, ele então tirou o relógio pegou a carteira e colocou entre as roupas que estava na garupa de uma motocicleta. O garoto observando ficou tentado a furtar os objetos e como nunca havia feito aquilo ficou com receio más a ambição falou mais alto e sem ser notado surrupiou a carteira e o relógio e saiu dali, foi até um riacho de nome pimpão para verificar o conteúdo da carteira notou então que havia uma boa quantia retirou o dinheiro e guardou, teve então uma idéia e enterrou as balas na areia, foi para a cidade e no caminho jogou a carteira em um jardim o relógio ele escondeu entre uns entulhos para depois apanhar.
Feito isto dirigiu-se a uma piscina onde se pagava uma taxa para nadar, passou varias horas nadando e quando chegou a tarde resolveu ir embora pagou a taxa e pediu a s.r Joaquim o dono para trocar o dinheiro pois havia vendido as balas para uma festa de aniversario e a mãe ia precisar de trocados,
fez isso para não levantar suspeitas levando dinheiro graúdo. O dono até gostou, pois não ia precisar ir ao banco para trocar o dinheiro na manhã seguinte.
Chegando em casa prestou contas com a mãe que ficou feliz com o resultado da venda, quando o pai chegou da bocha e soube do resultado exclamou ótimo, ótimo o negocio e você fazer balas só pro domingo disse pra esposa, e pegando uma moeda de 4oo reis o preço da entrada do cinema deu pro garoto dizendo hoje você merece ir, O garoto saiu dali e com ódio jogou a moeda longe.
Terminou a semana e voltou tudo a rotina menos pro pai que começou a fazer pequenos quadros com estampa de santo para o garoto vender, como o povo pobre era muito religioso teve boa aceitação, mas o garoto estava mesmo preocupado era com as balas de domingo, pois o resto do dinheiro que ele havia furtado era pouco para cobrir a quantidade de balas que a mãe pretendia fazer.
Assim chegamos no sábado, de manhã ele vendeu alguns quadros, voltou para casa almoçou e preparou a caixa para engraxar sapatos o que era feito na casa dos fregueses, ele tinha vários que davam preferência a ele, pois era ótimo no que fazia, O garoto tinha uma qualidade era perfeccionista na sua idade era imbatível em tudo o que fazia inclusive na maldade, no serviço no jogo de bola rodar pião bola de gude na pontaria com estilingue, era o melhor nadador brigava como galo índio, Tinha os melhores canários que ele mesmo criava tinha uma sintonia incrível com os pássaros alguns eram de briga que alem de ter o melhor canto, na briga eram imbatíveis
Mas este garoto às vezes agia com muita crueldade e era vingativo, eis um fato que comprova isto.
Em frente sua casa morava uma senhora de nome Georgina uma idosa que tinha um gato que ela tratava como um filho e que era seu companheiro de todas as horas, o gato não saia de casa, mas há fatos que e inexplicável um dia ele saiu atacou e matou um dos canários. O garoto quando soube não emitiu um gesto nem verteu uma lagrima, a mãe achou estranho pos ele adorava o passaro, mas enfim.
Depois deste episodio o gato passou a rondar o quintal parecendo ter tomado gosto pela coisa até que chegamos no sábado um feriado santo, foi quando a mãe depois do almoço resolveu ir visitar a irmã, preparou as crianças e na hora de sair o garoto disse que mais tarde ia guardar as gaiolas e ir nadar com os amigos.
Depois que a mãe saiu ele pegou um pedaço de lingüiça que havia comprado e escondido picou em pedacinhos e fez uma trilha até um galinheiro que o pai usava para manter galos de briga, mas que agora estava vazio.
Isto feito pos se a esperar, sua espera não foi em vão logo depois lá vem o gato ressabiado, até que achou a lingüiça, ainda cauteloso pos se a comer até que adentrou no galinheiro, o garoto saiu então da casinha que servia de banheiro e rapidamente fechou a porta do galinheiro.
O gato a principio ficou assustado procurando uma saída, mas o garoto passou a mimá-lo com palavras, chaninho, chaninho e a jogar pedacinhos de lingüiça. Depois de algum tempo com o gato já bem calmo e confiante o garoto com um saco de estopa na mão entrou no galinheiro e passou a fazer lhe cafuné até que o gato ficasse a sua mercê e num gesto rápido pos o gato dentro do saco e amarrou a boca do mesmo, o bicho quando se sentiu preso pos – se a rolar pelo chão tentando escapar. O garoto esperou até que o gato cansou e ficou imóvel em um canto. O garoto então pegou um litro com querosene entrou no galinheiro encharcou o gato e levou o saco ate a porta, saiu desamarrou a boca e com um puxão tirou o saco para fora e fechou a porta. O gato encharcado e tonto pelo cheiro do querosene deu uns passos trôpegos e se encostou na tela procurando uma saída.
O garoto então riscou um fósforo e atirou sobre o gato e que confidenciou ao irmão que o bicho pulava como o filho do capeta até que caiu morto em um canto.
Logo depois ele limpou e se livrou de qualquer vestígio do ocorrido embrulhou o gato em um trapo velho e sem que ninguém visse, ao sair jogou por cima do muro da velha e levou com ele o saco que longe de casa fez um buraco e enterrou.
Quando chegou no córrego onde a turma nadava recomendou que se alguém perguntasse diriam que ele esteve ali o tempo todo logo depois do almoço, todos concordaram ou por medo ou por respeito; afinal o boi mocho era o chefe da turma.
Quando a dona soube do fato teve um derrame e não saiu mais da cama até morrer um mês depois.
Depois deste fato ele passou a ensinar filhote de gato a nadar com uma pedra amarrada nas patas traseiras e atirados em um lago no recinto da exposição para aprender com os peixes, pelo menos eles tentavam, com o olhar fixo nele, como que pedindo tire me daqui.
Bem voltemos ao sábado quando ele saiu para engraxar, Já passava das quatro horas quando ele chegou no ultimo freguês, a empregada atendeu e mandou eles entrarem pois os sapatos e botas já estavam todos ali na área de serviço da cozinha onde tinha um coberto que protegia do sol, o garoto pos se a trabalhar, depois de algum tempo a empregada apareceu com um prato na mão e dois pedaços de bolo e duas xícaras de café com leite, dois porque o irmão menor estava com ele, vocês comam e se quiserem mais e só pedir porque amanhã vão todos para a fazenda passar o domingo e a patroa não gosta de jogar nada fora.
Durante o trabalho apareceu um menino da casa de uns nove anos e começou a conversar com os garotos falou da fazenda e do pônei que tinha ganho, em dado momento disse, meu tio deu uma caixa de chicletes vocês querem, queremos sim responderam, ele enfiou a mão no bolso e deu um chiclete para cada um,que começaram a mascar e fazer bolas. Minutos depois o menino da casa entrou chamado pela mãe, foi quando o garoto foi até o tanque lavar as mãos e ficou observando tudo por ali, voltou então para o irmão e pediu me da seu chiclete, ele pegou juntou com o seu e fez uma bolota, voltou para o tanque que ficava junto a um pequeno banheiro que dava para o interior da casa, ficou por ali uns instantes depois voltou para o irmão e disse vai lavar as mãos que já terminamos e chamou a empregada.
Ela veio fizeram o acerto ela pegou o dinheiro com a patroa pagou o garoto e os acompanhou até o portão dizendo voltem sábado na mesma hora, o garoto respondeu baixinho pra si até amanhã, mas o irmão que ouviu perguntou porque até amanhã, por nada por nada respondeu.
À noite a mãe fez as balas cortou o papel e todos se puseram a embrulhar, pois era muito trabalhoso, depois de embrulhadas ela contou e se todas vendidas daria 120 mil reis um bom dinheiro, ajeitou na cesta e foram dormir.
No domingo cedo depois do café o garoto pegou uma chave de fenda e escondeu entre as balas apanhou a cesta e saiu acompanhado pelo irmão mais novo.
Já bem longe de casa o garoto passou a cesta para o irmão retirou a chave de fenda e disse, vá ate a praça da igreja e me espere lá até eu chegar e tomou outro rumo. O irmão obedeceu e lá chegando pos – se a esperar, meia hora, uma hora o relógio da matriz bateu dez horas ele apavorado com medo que algo tivesse acontecido, e eis que o irmão surge em uma rua da praça todo lampeiro e sorridente.
Chamou o irmão e foram ate um conjunto de pequenas casas em um quarteirão todo murado e com igreja, denominado Vila dos Pobres que era dirigida por freiras. Chegaram em um portão tocaram uma sineta e foram atendidos por uma freira. O garoto então disse, minha tia mandou entregar esta cesta de balas para os pobres ela pegou cesta agradeceu entrou esvaziou a mesma, e quando devolveu perguntou curiosa quem é sua tia. Ele deu um nome qualquer dizendo ela mora em colina, uma cidade vizinha, mas já foi embora e se despediu da freira.
O.b s era costume as freiras receberem donativos alimentos e guloseimas.
No caminho para tranqüilizar o irmão ele tirou varias notas do bolso e disse ta tudo resolvido e ninguém pode saber senão vamos pro juizado, e foram para o pimpão nadar.
Nessa época se quisesse assustar uma criança bastava falar do juizado e da perua que levava elas, se borravam enquanto Boi Mocho fazia gozação.
A tarde voltaram para casa, ele deu o dinheiro para a mãe que já estava preocupada com a demora e que estranhou o dinheiro graúdo, eu troquei na padaria e o dono em troca deu um lanche para cada um, o garoto tinha saída pra todas.
A mãe para compensar os filhos e como era generosa deu dinheiro pro cinema e pro sorvete, pois o pai estava pescando o que era um alivio para eles.
Você que esta lendo este relato deve estar curioso onde o garoto arranjou dinheiro para cobrir as balas, vou esclarecer.
Dias antes o garoto pegou o relógio no local onde havia escondido e procurou um s.r (X) que comprava muamba e ofereceu o relógio, O S.R (X) que já conhecia o garoto quis saber como ele havia conseguido e adiantou não quero mentira, pois preciso saber se posso confiar em você, o garoto contou como foi.
O s.r X ficou satisfeito examinou a peça e disse muito bem eu compro, mas pago dentro de uma semana, pois meu filho leva tudo para São Paulo pago quando ele voltar acertaram o preço e quando o garoto ia sair perguntou posso trazer mais coisas, eu sei onde pegar? Se for seguro pode, mas vou lhe dar uma dica se por a mão em um porta jóias ou em dinheiro leve só uma parte é pra confundir o dono.
Voltemos ao sábado na residência onde eles engraxavam sapatos. Quando o garoto pediu a bolota de chiclete para o irmão e fez uma bolota maior ele disfarçou foi ate o vitro do banheiro e a amassou no encaixe do encosto do vidro, pois ficaria uma fresta por onde poderia enfiar a ponta da chave de fenda e abrir o vitro.
Quando deixou o irmão na praça dirigiu se para a casa, lá depois de uma campanada e vendo que não havia ninguém pulou um muro e minutos depois estava dentro da casa vasculhou as gavetas sem desarrumar nada até que encontrou uma pequena caixa dentro um maço de notas e um anel de formatura separou algumas notas pegou o anel e deixou tudo como estava, saiu da casa tirou o chicle do vitro limpou as marcas do pé na parede com um pano do tanque e alguns minutos depois estava com o irmão.
Na segunda feira levou o anel para o X e quis contar como conseguiu, não disse quando você tiver alguma coisa pode trazer não me conte e nem pro seu irmão se desconfiar que você contou não quero mais você aqui, volte segunda feira para pegar o dinheiro.
Depois do primeiro furto veio uma sucessão deles. O garoto era abusado e desenvolveu um instinto para saber quando os moradores não estavam em casa.
Com muito dinheiro ia pescar quase todos os dias e como o rio era a cinco quilômetros ia de Biriba um pequeno táxi da marca Perfect, e com ele ia o inseparável Turquinho um amigo de folguedos.
Com muito dinheiro passou a comprar coisas, bolas de futebol bicicleta e até uma espingarda a coisa foi num crescente que começou a gerar comentários até que resolveu montar um time de futebol. .
O.b.s tudo que comprava ele guardava na casa de um casal de negros velhos seu Pedro e dona Lazinha por uns mil reis, pois não podia levar pra casa, tudo menos a espingarda, que escondia no mato.
Comprou uniforme para um time inteiro, depois do jogo levava os uniformes para uma mulher muito pobre lavar e lá ficava até próximo jogo. Corria tudo bem até que um moleque burguesinho que participava do time foi vestido com o uniforme para casa, A mãe quis saber de quem era e como ele conseguiu e deu uma prensa no filho ele então disse que era do boi mocho. A mulher era pacata calma educada, mas tinha uma cunhada que era uma desbocada mal educada e tinha bigode, logo soube, pois era vizinha, saiu na rua e fez um escândalo que em instantes a esquina estava fervilhando de mães querendo saber o que tinha acontecido.
A mãe do boi mocho uma mulher calma, só era brava com uma cinta na mão, e um lombo dando sopa, pacata ela disse calma meu filho vai chegar, e explicar tudo.
Mas a Ester bigode punha fogo dizendo cobras e lagartos e um tumulto se formou, mães querendo saber isto e aquilo um zum zum e ninguém se entendia, não havia um pai participando estavam todos trabalhando todos não um estava pescando, homem só tinha um,manco e baixinho o Elvecio.
De repente eis quem vem lá todo lampeiro, mas que já tinha sido avisado pelo seu fiel escudeiro que tinha a cabeça com formato de uma bala de fuzil de apelido Caxambu, era o próprio boi mocho.
Assim que foi questionado ele explicou, um sábado gente tava jogando lá no campinho quando um homem ficou vendo a gente jogar, depois desse dia ele veio varias vezes e ficava olhando de longe, ate que no outro sábado eu estava engraxando lá na praça,. Ele veio e pediu para engraxar e ficou conversando, ele disse que era caixeiro viajante e que viajava muito e que nunca tinha visto uma turma jogar tão bem, e que ele não aprendeu a jogar porque foi criado num orfanato e la não tinha futebol. Disse também que não vinha mais pra Barretos porque ia trabalhar no escritório de São Paulo e que ia embora naquele dia e como tinha ganho muito dinheiro nessa região queria dar um presente para algumas crianças pobres da cidade um jogo de camisas e duas bolas, e como era domingo e as lojas estavam fechadas ele confiou o dinheiro comigo pois achou que eu parecia o líder e na outra semana eu comprei tudo, o dinheiro que sobrou eu guardei pra quando minha mãe precisar, correu ate sua casa e voltou com algumas moedas.
Aquela era uma mentira deslavada o cinismo do garoto não tinha limites
Na rua o silencio era total não se ouvia um zumbido teve mãe que verteu lagrimas. A mãe do menino pivô daquela confusão mulher de uma certa posse chamou a mãe do boi mocho de lado e com lagrimas nos olhos disse vou dar lhe o dinheiro do uniforme, pois sei das suas dificuldades a senhora tem um bom filho,algumas das mulheres seguiu o exemplo da primeira e também se comprometeram a pagar os uniformes e o parabenizaram por ser um bom filho e um bom amigo, e ficou combinado que a partir daquele dia todos levariam o uniforme para lavar em casa.
A mãe pegou o filho pela mão dizendo eu sabia que ele tinha uma explicação coração de mãe não se engana e foi pra casa. Mal sabia ela o que vinha pela frente.
Depois desse episodio o time continuou; e cada um levava o uniforme para lavar em casa e tudo voltou a rotina.
Depois do susto o garoto se acalmou um pouco, mas foi por pouco tempo não era tanto pelo dinheiro mas pela aventura pois ele já fazia umas incursões pelas cidades próximas rendendo um bom dinheiro, ele tinha uma quantia que dava para se manter por muito tempo,dinheiro que ele mantinha em latas de aveia pois elas tinham tampa que protegia o conteúdo, ele as mantinha enterradas em lugares diferentes para não ter surpresas.
Num seu descuido ao mudar uma lata de lugar não percebeu que o Valdir estava observando, o garoto pivô da confusão.
No domingo ele estava na piscina quando ouviu do Turquinho é rapaz o Valdir tava ontem na quermesse cheio de grana e gastando a béssa.
Aquilo foi como um raio pro boi mocho ele disfarçou foi ate o vestiário trocou de roupa e zuniu para onde estava escondida as latas, na terceira lata ele percebeu que não estava como ele deixou abriu contou e,esse desgraçado me roubou mudou as latas de lugar, foi ate a bicicletaria do seu Ataíde alugou uma bicicleta e saiu como um foguete a procura do Valdir depois de procurar em toda parte e não encontrar resolveu esperar.
A noite sem desconfiar eis que chega o Valdir na quermesse quando viu o boi mocho fingiu calma e que estava tudo bem, boi mocho chegou pra ele numa boa, oi Valdir tudo bem; passou o braço pelo ombro e disse vamos da uma volta. Valdir começou a andar tremulo e quase chorando perguntou o que você quer, calma disse o outro você sabe o que eu quero é só me devolver e ta tudo bem, ta bom ta bom vamos la pegar, foram ate o pontilhão da estrada de ferro o dinheiro estava embaixo de um dormente em um embornal, Boi mocho contou e disse falta dês mil reis, vê quanto você tem no bolso; Valdir tirou o que tinha no bolso e entregou ao outro; ele contou e disse você me deve quatro mil reis e vai pagar timtim por timtim encostou um canivete no menino e disse se você contar para alguém abro sua barriga seu riquinho de merda a seguir deu lhe um surra e foi embora.
Quando chegou em casa a mãe indagou o que tinha acontecido, Valdir respondeu foi os moleques da vila Nova, Vila Nova era uma espécie de favela que ficava no extremo da cidade onde a maioria eram negros a escoria da cidade sempre arrumando confusão quando vinham para o centro.
O tempo passando e o garoto cada vez mais ousado a mãe varias vezes chamada na escola ameaça de expulsão neste caso a tia interferia, pois era amiga da diretora. Às vezes ele extrapolava rodava pião na classe, quando posto de castigo ele saia pra fora da sala e ia para o pátio fazendo pirraça, era um tormento.
Foi nessa época que foi transferido para a escola um professor de nome Evaristo um sujeito baixinho carrancudo sempre de terno e uma gravata borboleta que lhe dava uma aparência bizarra.
Em pouco tempo começaram os atritos entre os dois e o garoto era posto de castigo em frente a turma onde ficava fazendo caretas atrapalhando a aula ate que fosse mandado para seu lugar
Essa briga de gato e rato durou ate que o garoto extrapolou de vez, ele havia capturado dois enormes escorpiões que mantinha dentro de um vidro com tampa furada e os alimentava com baratas vivas.
Certo dia ele levou o vidro para a sala escondido em uma pequena sacola, no vidro alem dos escorpiões havia varias baratas vivas.
Num dado momento sem que ninguém visse, ele abriu o vidro e os bichos começaram a se espalhar pela sala, foi um deus nos acuda e formou se um tumulto foi quando alguém gritou tem escorpião aqui, ai virou um caos todos correram para a saída querendo sair ao mesmo tempo, crianças se atropelando caindo foi um milagre ninguém se machucar.
Depois que todos saíram olharam para dentro e viram o professôr em cima da cadeira, um figura ridícula.
Depois que tudo se acalmou vieram o zelador e algumas faxineiras vasculharam a sala e nada de baratas que sumiram pelas frestas, mas encontraram os escorpiões e os mataram e que pela afirmação das crianças eram dois, uma das faxineiras achou o vidro e a tampa que entregou ao professor,ele olhou para o garoto com um sorriso de triunfo.
Depois de dispensar as crianças para que pusessem inseticida na sala o professor pegou o garoto pelo braço pegou uma régua e deu lhe umas reguadas e o levou para a diretoria,lá chegando entraram, a diretora que havia tomado ciência do fato perguntou e agora rapazinho qual a explicação, O garoto sem pestanejar disse foi um acidente eu trouxe o vidro para o professor Willian eu ia entregar na saída quando ele chegasse ( Willian era professor de biologia ) porque não deixou na secretaria quando chegou, eu queria fazer uma surpresa pra ele respondeu. Você tem consciência que pos as crianças em perigo, tenho por isso peço desculpas. Por uns segundos ela ficou pensativa depois disse vou pensar o que fazer e dispensou os dois, foi um alivio a saída dos dois, pois não simpatizava com aquele tipo grotesco, e o garoto se não fosse pela amiga tia dele já o teria expulso mas ao mesmo tempo queria preserva lo pois ele tinha potencial só estava sendo mal aproveitado, Se soubesse de todo seu potencial ruim já teria se livrado dele, mas não ia demorar. No corredor o garoto chamou oi professor este parou e perguntou o que você quer, quero que o s.r saiba que aquelas reguadas não vai ficar assim, este virou as costas e seguiu seu caminho, o garoto foi para a rua ruminando seu ódio.
No outro dia assim que chegou na escola foi abordado pelo bedel que o levou a diretoria. Assim que entrou viu que ela estava com um envelope na mão, ela sem delongas disse vá para casa e entregue este envelope a seus pais você esta suspenso por três dias, volte na segunda feira.
Ele pegou o envelope saiu da sala sem nada dizer e foi embora, chegando em casa entregou para a mãe dizendo fui suspenso, a mãe com a calma que lhe era peculiar apanhou uma correia resto de uma cela de cavalo que ficava pendurada no batente da porta e deu lhe uma surra, a cada chibatada ele rangia os dentes e não vertia uma lagrima, cada pancada era mais forte, parecia que ela estava chibatando todas as suas frustaçoes, nos dias vindouros ele não saiu de casa, pois não podia vestir camisa tal ficou suas costas.
Certa ocasião ela antes de surrar o filho mais novo nove anos preparou uma salmoura por ele gritar para o irmão tomar cuidado senão o quadrado ia cair na casa da velha louca, era a vizinha que nem estava em casa.
Foi so uma vez pois o sal queimou as costas do menino e virou ferida, isto a deixou assustada.
Depois da surra o garoto voltou sua ira para o professor. Na segunda feira ele cabulou a aula e foi ate um matagal onde mantinha escondida a espingarda de caçar pássaros, Depois de esvaziar um cartucho e prepara lo com chumbo grosso enrolou a espingarda em um pedaço de lona se dirigiu para um local ermo da cidade no caminho por onde o professor passava para ir para casa, ele morava nos arredores da cidade numa espécie de chácara, lá chegando escondeu a arma numa moita e pos se a esperar.
Depois de algum tempo eis que a uma certa distancia ele avista o professor, apanhou a espingarda e se escondeu numa moita ao lado do caminho. Quando o professor passou por ele o garoto saiu da moita e pos se a segui lo, depois de alguns metros vendo que ele não se apercebeu de sua presença ele chamou oi professor este então parou se virou e olhou para o menino, quando viu a espingarda apontada para ele gritou meu deus e saiu correndo o garoto correu atrás apontou e atirou, o homem deu um berro quando sentiu o chumbo quente queimando sua bunda. Depois do tiro o garoto embrulhou a espingarda e calmamente foi esconde lá no mato.
O professor correu ate em casa e telefonou para a farmácia Santo André o dono um senhor idoso, farmacêutico e enfermeiro que era como um medico tal sua experiência e pediu para ele atende lo.
La chegando tomou conhecimento do ocorrido e informado pelo professor que o tiro tinha vindo do mato sem que ele visse quem foi, e que teria sido um acidente, mas ele estava era com medo de apontar o autor.
O enfermeiro examinou o ferimento dizendo que não era grave era só tirar os grãos de chumbo que estava na superfície do glúteo, desinfetar e tomar um antibiótico para evitar infecçao por uns dias ia ter um incomodo para sentar e nada mais.
Terminado o procedimento o enfermeiro recebeu por seu trabalho ficou de mandar o medicamento e se despediu.
O professor recomendou s.r André gostaria que isso ficasse entre nós afinal foi um acidente sem gravidade, tudo bem respondeu se cuide e foi embora.
O professor telefonou para a diretora e pediu para ela passar em sua casa depois do expediente pois tinha um assunto importante e ele não tinha condições físicas de ir ate a escola.
Após o expediente a diretora preocupada foi ate a casa do professor que relatou o que realmente tinha acontecido, após recrimina lo pelas reguadas comunicou uma licença ate a recuperação e já sabia a atitude a tomar,.Saindo dali foi direta a casa do garoto desejando que ele não estivesse em casa.
Chegando na casa conversou com a mãe e pediu carta a da suspensão, no que foi atendida, ela então convidou a mãe para dar uma volta, pois precisava conversar em particular.
As duas saíram da casa entraram no carro e foram até uma praça do outro lado da cidade, lá chegando sentaram em um banco e a diretora explicou tudo que tinha acontecido, e para sua surpresa a mãe não se alterou não moveu um músculo do rosto, a diretora continuou, embora eu corra um risco vou abafar tudo o professor não vai dar queixa e não quero que a senhora castigue o garoto, pois o professor esta apavorado com o que ele possa fazer.
Até o dia de hoje aturei o menino por sua irmã e pelo potencial dele, mas infelizmente não posso mais ter essa responsabilidade,.Vou destruir esta carta e amanhã a sra compareça na diretoria as duas horas e que deus me perdoe pois em 22 anos de magistério e cuidando de crianças e a primeira vez que puno uma, ele vai ser expulso, e as lagrimas rolaram pelo rosto.
Depois deste fato a tia foi falar com os pais do garoto e colocou para eles por tudo que aconteceu e que provavelmente iria acontecer, no futuro o garoto poderia ir para o juizado de menores em São Paulo onde os garotos do interior eram internados, e o pai também como responsável poderia ser apenado por negligencia, e fazer vistas grossas. Sugeriu então que eles voltassem para São Paulo, pois Barretos era pequena para a índole do afilhado e sobrinho, e onde o pai poderia arrumar trabalho com mais facilidade, e estava disposta a ajudar no que fosse preciso para a mudança.
O pai assustado com a possibilidade de ser intimado pelo Juiz com a situação financeira precária e dividas acatou a sugestão.
A semana que vem tenho que ir a São Paulo e vou procurar sua irmã para que ela ajude a conseguir uma casa para alugar, a casa daqui eu me encarrego de alugar e lhe mando o dinheiro, e assim ficou combinado.
Em São Paulo ela procurou a irmã do cunhado e explicou o que estava acontecendo de imediato disse que estava tudo bem que não precisava se preocupar que ela tinha uma casa grande e vazia no subúrbio e era só trazer a mudança, e ficou combinado de telefonar avisando a data, que ela iria pegar a família na estação do trem.
Chegando em Barretos comunicou a irmã, que logo se pos a fazer os preparativos para a mudança.
Quem não gostou da idéia de ir para São Paulo foi o sobrinho, por isso ficou com raiva da tia pois achava que ela era a culpada. Ficou então combinado que eles viajassem num domingo um dia menos tumultuado, a tia de SP avisada era só esperar o dia do embarque.
Chegamos no sábado a tia precisou ir ate a cidade de Colina experimentar um vestido de noiva de uma cliente o marido foi junto.
O garoto ciente do fato e com a casa vazia viu uma oportunidade de arrumar mais dinheiro, foi ate a casa entrou pelo vitro e pos se a procurar um cofre de parede, pois sabia que ali havia um, procurou ate que encontrou, pos se então a tentar abri lo mexeu mexeu até que plaq o cofre se abriu. Rapidamente apossou se do dinheiro e saiu da casa sem ser notado, escondeu o dinheiro em uma das latas, mas antes separou uma parte procurou o turquinho e o caxambu e dividiu entre eles, a espingarda deu pro turquinho.
Em casa estava tudo preparado para a mudança passagens compradas era só esperar.
A noite a tia apareceu em casa para as despedidas, deu a irmã uma pequena quantia em dinheiro dizendo que o cofre estava engripado e o tecnico só viria na segunda feira pois a firma era em Rio Preto longe de Barretos e que mandaria algum dinheiro pela sua cunhada, se despediu e foi embora.
O garoto com a desculpa de despedir de um amigo foi ate seu dinheiro tirou das latas colocou em um saco de papel e enrolou em um embornal, chegando em casa sem que ninguém percebesse enfiou o embornal em uma trouxa de roupa, a partir daquele momento passou a corujar aquela trouxa.
Domingo as cinco da manhã o caminhão encostou, e em uma hora estava carregado. Colocaram a lona e partiu, o pai foi junto,A família tal qual retirantes se dirigiram para a estação para mais uma ciganada.

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