Estamos no ano de 54 em uma casa no bairro de Santana. Uma discussão em família. Pivô: Francisca. Motivo: O amor.
Francisca tem dezoito anos e é uma bela moça recém chegada do interior. Estudante se preparando para ser professora. No vai e vem da escola conheceu um homem com dez anos a mais que ela, foi amor à primeira vista, mas tinha um obstáculo difícil de ser contornado.
A família não se conformava com aquele relacionamento, eles não tiveram dúvidas, casaram e foram residir no Rio Grande do Sul. Ele como militar conseguiu uma transferência para o Sul, sua origem, e foram embora.
Ela cinqüenta e dois anos depois, com filhos e netos, deu notícias para mim, seu primo, em carta dizendo o quanto foi feliz durante todos esses anos na terra que ela adotou e que lhe proporcionou muitas alegrias. Eu, mandei lhe uma correspondência e aproveitei para exaltar a terra que ela escolheu para viver seu grande amor.
Rio Grande do Sul
Ah! Este Sul berço da imigração alemã
que por amor a esta terra tornou-se irmã
este Sul no extremo do Brasil
suas serras, seus canyons, suas vastas pradarias
seus campos abertos com trigais neste solo generoso
que quem pisa não esquece mais
suas prendas de olhos azuis os cabelos dourados
que deixam os homens fascinados
o gaúcho homem viril
que lutou para manter livre a fronteira do Brasil
Garibaldi homem de tradição
que brigou com estrangeiros com destreza e devoção
pois embora sendo estrangeiro entregou ao Sul seu coração
Sul que mantém a tradição
seu vinho, o churrasco e o chimarrão
e que ganhou da minha prima o coração
Se cometi alguma gafe neste relato me desculpe.
Walter
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