Estamos ano de 1980 Guarulhos Bairro Gopouva. Um sobrado em fase de acabamento.
Aos sábados o dono vem até o local para ver o andamento da obra, As vezes vem em companhia da esposa e dois filhos, uma menina de sete e um garoto de cinco anos, em outras vem sozinho.
Quando sozinho costuma ir a uma padaria próxima toma umas cervejas, bate um papo com as pessoas, fazendo assim um intercambio com seus futuros vizinhos.
Sergio um homem jovem bem falante classe média, nota-se que tem uma boa formação.
Filho de um prospero comerciante de auto peças que não quis seguir os passos do pai, ele trabalhava como representante de uma indústria e comercio de Oxigênio, bom salário carro próprio e com sonhos de progresso no futuro.
A esposa professora universitária filha única de um reitor de Universidade e com sonhos de um dia ser também reitora enfim um casal que parecia ser perfeito e também harmônico.
Mas por trás daquela aparência de harmonia, havia algo que empanava a tranqüilidade que parecia reinar entre o casal.
Passado um mês o sobrado ficou pronto, e por sinal, um belo prédio duas entradas garagem para dois carros um jardim na frente e até uma piscina nos fundos da casa.
Quando recebeu as chaves do imóvel das mãos do empreiteiro convidou o pessoal da obra para irem até a padaria para comemorar o termino do serviço no que foi admoestado pela esposa que não gostou da idéia, mas Sergio não lhe deu ouvidos e se dirigiu até a padaria deixando a esposa vociferando.
Na terça feira dois enormes caminhões baú de uma empresa especializada em mudanças estacionou em frente ao prédio. Logo a seguir a mulher chegou de carro para orientar os carregadores.
A localização dos moveis não foi difícil pois uma decoradora da empresa havia juntamente com o casal estado no prédio um dia antes e fizeram um mapa para a instalação de cada móvel que veio do apto e outros que foram comprados, afinal os espaços entre um apto e uma casa são diferentes, o mais difícil foi a instalação dos armários de paredes, mas no fim correu tudo bem.
Feito a mudança o casal se instalou para uma vida nova, enfim a casa sonhada.
Aos sábados Sergio passou a ir até a padaria e começou um relacionamento com os vizinhos uma cervejinha um papo sobre futebol, pescaria que ele gostava inclusive freqüentava um pesqueiro com a família em Mairiporã, a mulher não gostava do programa, mas freqüentava, pois, as crianças gostavam muito.
O primeiro sinal de que as coisas não iam bem entre o casal ocorreu em um sábado quando Sergio e uns fregueses da padaria participavam de um jogo de dominó em uma mesa que havia em um canto do salão, foi quando as crianças entraram na padaria dirigiram-se até o pai e a menina disse, papai a mamãe esta te chamando. Sergio virou-se para os filhos, diga pra mamãe que eu já vou.
As crianças saíram e logo voltaram dizendo ela disse pro senhor ir agora, ele saiu dizendo guardem meu lugar que eu já volto e pegando na mão das crianças saiu.
Quinze minutos depois voltou bastante agitado foi ate o balcão pediu um conhaque, e tomou de um gole só, foi ate a mesa sentou e o jogo recomeçou, embora em um clima tenso.
Passados uns trinta minutos eis que a esposa parou o carro em frente desceu foi ate o marido jogou um chaveiro em cima da mesa dizendo vou ate a casa do meu pai saiu entrou no carro onde estavam as crianças e partiu.
Sergio ficou olhando o chaveiro atônito quando alguém sugeriu vamos parar, não interveio Sergio, eu já estou acostumado com estas cenas, mas o jogo parou por ali, pois, já não havia clima para continuar, um a um foram se levantando e dirigiram ao balcão.
Sergio também foi pediu uma rodada para todos pagou a conta e saiu dali cabisbaixo.
Os companheiros ficaram ali constrangidos como se cada um tivesse culpa do ocorrido até que um deles disse, nós não temos culpa este é um problema que eles têm que resolver em casa e mudaram de assunto.
Dias depois Sergio recebeu um convite para ser diretor social do Esporte Club Macedo que fazia parte da segunda divisão de futebol em Guarulhos e que, ele costumava freqüentar, pois era fã de futebol.
Este convite veio mesmo a calhar, pois ele ia fazer duas coisas que gostava e acreditava que a mulher não iria lá fazer cena, pois só era freqüentado por homens, há não ser quando havia eventos sociais como festa juninas, churrasco e angariar fundos para ajudar pessoas carentes do bairro.
Às vezes com anuência da esposa ele levava o menino que brincava com garotos que eram levados pelos pais, o filho gostava de ir pois havia um play ground onde era escalado um funcionário que cuidava dos meninos, havia também uma lanchonete onde vendia sorvetes e guloseimas e a garotada se esbaldava afinal, o filho precisava se relacionar com garotos da sua idade.
Mas se ele pensou que não teria problema ledo engano, pois, em um sábado com a desculpa de levar uma blusa para o filho ela foi ate o club.
Lá chegando disse por que veio pegou o filho pela mão e saíram a andar pelas dependências do club tirando a liberdade do garoto, que queria mesmo era brincar com as outras crianças, na sua fisionomia notava-se uma certa aflição, O pai percebendo deu uma desculpa pro pessoal e foram todos pra casa.
Durante o trajeto não trocaram uma palavra. Chegando em casa ele questionou a mulher, você não gosta de sair, de passear não gosta de praia, ela era muito clara, vamos todos os domingos na casa dos seus pais não sei mais o que você quer, no que ela retrucou lugar de marido é em casa e deu por encerrado aquele dialogo.
Sergio apanhou uma cerveja na geladeira foi ate uma cobertura onde ficava a churrasqueira sentou-se em uma cadeira e pos a meditar.
Ate quando a intransigência da esposa iria perdurar, talvez para sempre, pois aquela atitude acontecia a alguns anos, este pensamento o assustava pois ele não sabia mais o que fazer, e o que era pior o amor entusiasmante de antes tornou-se frio e apático .
Ele pensou que a mudança de casa iria melhorar o relacionamento, mas se enganou, só melhorou para as crianças que ganharam mais liberdade do que tinham no apto.
Após aquela ida ao club ela passou a ir frequentemente, lá chegando, ficava zanzando de um lado para outro, enquanto os filhos brincavam com a garotada, até que Sergio resolvesse ir embora.
Áquilo aborrecia Sergio, pois ela era a única mulher que freqüentava fora de ocasiões especiais.
A atitude da mulher o constrangia e ele resolveu entregar o cargo, o que fez, naquela mesma semana.
Quando comunicou a mulher sua atitude, percebeu na sua fisionomia um ar de satisfação, ela não fez nenhum comentário sobre o assunto.
Foi quando ele se deu conta do abismo que estava se abrindo entre eles, pensou nas crianças e sentiu um frio percorrer sua espinha, pois ele adorava os filhos, e aquela situação iria no futuro afeta-las que viviam quase reclusas, pois embora sendo sócio do club Esperia era raro as vezes que iam lá, a esposa não gostava de se misturar com pessoas entranhas.
O lazer da família se resumia na chácara que o sogro tinha em Atibaia onde se reunia com familiares e amigos dos pais nos fins de semana, e ela como filha única tinha tratamento todo especial.
Na padaria havia já uns dois meses que ele ia só para comprar pão, as vezes tomava um aperitivo comprimentava o pessoal e ia embora.
Em um sábado quando as crianças estavam na casa dos avós, ele foi até a padaria encomendar umas pizzas para a noite.
O pessoal estava combinando uma pescaria para o dia seguinte, quando o viram comprimentaram e um deles sugeriu, oi Sergio que tal uma pescaria amanha, vai ser uma pescaria em família esposa criança, será num pesqueiro em Mairiporã, com todo conforto, bar restaurante, peixe frito na hora, tem ate piscina pra criançada, convida a esposa as crianças o tempo esta bom o lugar é muito bonito sua família vão gostar.
Sergio ouvia o pessoal entusiasmado e não se deu conta que havia passado meia hora, foi quando ouviu uma voz feminina chamar, senhor Sergio ele olhou para a porta e viu a empregada cabisbaixa que com a voz tremula disse sua esposa esta chamando.
Sergio não acreditava no que estava vendo, mandar a empregada chama-lo, aquilo foi a gota dagua, saiu furioso e foi pra casa, depois de uma violenta discussão onde houve ate ameaça ele pegou o carro e saiu, só voltou tarde da noite.
A esposa já havia ido buscar as crianças, ele entrou em casa beijou os filhos tomou um banho se trancou no quarto deitou e dormiu.
Na manhã seguinte levantou cedo juntou as traias de pesca, entrou no quarto das crianças que dormiam as beijou foi ate a garagem pegou o carro e saiu.
Dirigiu-se até a padaria onde tomou café e esperou o pessoal que sabia iriam passar por ali.
Quando o pessoal chegou, ele se adiantou até eles e disse, oi turma estou nessa.
Os homens desceram dos carros para comprarem cigarros ou algo mais e apresentou Sergio para as esposas.
Ninguém perguntou pela mulher dele, pois nem sequer a conheciam a não ser os que estavam no jogo de dominó, entraram nos carros e partiram.
Sergio no pesqueiro não deixou seu aborrecimento atrapalhar o passeio, pois afinal o problema era dele, teve um dia alegre, como se nada houvesse acontecido no dia anterior, e afinal na volta ele teria que estar tranqüilo para resolver aquela pendenga com a esposa.
A tarde quando chegou em casa notou que o pessoal haviam saído, e em cima da mesa um bilhete da filha informava, papai fomos no vovô.
Ele ligou para a casa do sogro, quem atendeu foi a sogra, ele avisou que estava em casa, conversou um pouco e desligou.
Os pais da esposa eram pessoas calmas e afáveis o contrario, da filha explosiva e intransigente.
Como ainda era cedo ele foi até a padaria onde os amigos animados falavam sobre a pesca e o passeio, que foi realmente muito agradável sem nenhum contratempo.
Ficou por ali até as oito e meia quando ligou para casa, após um curto dialogo perguntou, que tal umas pizzas, legal pai queremos sim.
Sergio pediu duas pizzas tomou umas cervejas com os amigos enquanto esperava, as nove horas pegou um pote de sorvete, pagou a conta, se despediu e foi para casa.
Lá chegando brincou com as crianças a esposa não lhe dirigiu a palavra.
Depois de um banho e ter lanchado assistiu televisão, e la pela meia noite resolveu ir para a cama, o pessoal já haviam ido dormir, ele entrou no quarto, a esposa dormia na penumbra de um abatjour.
Ele pegou um pijama, roupas para o trabalho, foi para o quarto de hospedes deitou e dormiu.
Na manhã seguinte levantou cedo tomou um banho, se vestiu , foi até o quarto dos filhos deu lhes um beijo, e saiu para o trabalho.
Naquele dia Sergio sentiu uma sensação agradável como se tivesse se livrado de algo que a muito o incomodava.
Durante o dia como era habito ela ligar, ele estranhou ela não ter ligado, mas gostou que ela não o fizesse.
A noite quando chegou em casa deparou com a empregada, estranhou e perguntou pela patroa . A empregada disse que ela havia ligado pedindo que ficasse ate mais tarde, pois iria se atrasar.
Sergio foi ate a sala onde as crianças jogavam vídeo game e dizendo é hora do banho, desligou o aparelho.
Foi até a cozinha dispensou a empregada, pode deixar que sirvo o jantar para elas.
A seguir foi ate o quarto para pegar um roupão, quando abriu o armário teve uma surpresa, os ternos sapatos, gravatas, não havia nada ali abriu o camiseiro, nada, dirigiu-se então ao quarto de hospedes e abrindo o armário viu tudo ali bem arrumado inclusive, seu travesseiro estava na cama, agora ele entendia o atraso da esposa, ela não queria defrontá-lo quando ele soubesse da sua atitude.
Sergio sentou na cama e ficou ali meditando ate onde aquilo iria chegar, mas se ela quer assim, que seja, na verdade ele estava preocupado mesmo era com as crianças, após algum tempo foi para o banho.
Depois do jantar as crianças foram ver televisão e ele foi para um pequeno escritório, sentou-se a mesa e passou a fazer anotações em uma agenda, acertando detalhes para o dia seguinte.
Por volta das dez horas, a esposa chegou falou com as crianças e as pos para dormir, a ele não dirigiu uma palavra.
Ela foi para o banheiro tomou um longo banho e quando saiu, disse uma boa noite seco, entrou no quarto e fechou a porta.
Sergio ainda ficou no escritório por algum tempo, depois dirigiu-se ao quarto de hospedes que pelo andar da carruagem agora seria o seu, fechou a porta e por precaução passou a chave, deitou apagou o abatjour e dormiu.
Na manhã seguinte após a mesma rotina barba banho, se vestir um beijo nas crianças, a porta do seu ex quarto estava fechada, passou pela empregada eles tinham duas, uma fixa outra que vinha duas vezes por semana para lavar e passar roupas, foi ate a garagem pegou o carro e saiu, ele não tinha o habito de tomar café em casa.
Essa passou a ser a rotina em casa, dialogo entre eles só o estritamente necessário.
Nos fins de semana ela pegava as crianças e ia para a casa dos pais sem ao menos dizer nada, ela devia ter preparado as crianças, pois elas não se manifestavam, apenas, diziam tchau papi era como elas o chamavam.
Sergio tinha certeza que a esposa havia dado uma boa explicação a elas, pois seu bom caráter não iria jogá-las contra ele.
As vezes aos sábados ele ia com as crianças a casa dos avós paternos que moravam na Penha, perguntavam pela mãe, as crianças respondiam que estava tudo bem e o dialogo parava por ai.
Os avós entendiam, pois já estavam acostumados com a nora, com quem só encontravam em eventos sociais, eles moravam sozinhos, pois os outros dois filhos um homem e uma mulher eram casados e tinham suas próprias vidas.
A nora tinha uma certa animosidade com o sogro, pois quando anunciaram o casamento, ele externou sua opinião dizendo que o casal devia esperar mais tempo pois eram muito jovens, o que irritou a moça mas o casamento foi realizado na data marcada.
Na verdade o futuro sogro havia notado o temperamento da moça e queria resguardar o filho, mas foi em vão.
O tempo foi passando ela já não se importava com as saídas de Sergio que apesar de mais liberdade, se sentia como um pássaro estranho no ninho, pois a esposa havia tomado a rédeas da casa, quanto as crianças apesar dele não notar nenhuma pressão da mulher, estavam perdendo o contato com ele, e isto o angustiava.
Ele já não sentia a emoção de chegar cedo em casa e passou a ficar ate mais tarde no escritório, a esposa de forma dissimulada mandava o filho telefonar, isto o irritava, pois de certa forma ela o estava controlando e usando o filho.
Sergio havia recebido um prospecto de um curso noturno de Método Moderno de Exportação e como trabalhava em uma multinacional resolveu fazer o curso, pois um dia poderia ser útil e teria com o que preencher o tempo e aumentar seu currículo.
O tempo passava e ele mais aborrecido com aquela situação da qual não via saída.
Foi nestas circunstancias que surgiu uma vaga para um representante da Empresa na baixada do litoral sul e norte, pois o elemento que lá trabalhava iria ser transferido para o Paraná.
Ciente do fato Sergio candidatou-se a vaga, a diretoria comunicada achou de bom grado, pois ele seria peça chave em qualquer setor, pela sua habilidade e gostar de desafios e o cargo seria como uma promoção.
Mas havia um porem ele teria que deslocar a família o que implicaria em escola para as crianças, e a esposa tinha sua atividade profissional.
Sergio comunicou a diretoria que sua intenção era ir sozinho, alugaria um pequeno apto e viria para são Paulo nos fins de semana, o que era usual para muitas pessoas que trabalhavam na baixada e moravam na capital.
Depois de uma reunião com a diretoria e debater o assunto Sergio foi atendido na sua solicitação.
Agora era providenciar a ida para Santos e se preparar para o novo cargo, teria dois meses, um para orientar seu substituto outro para tomar conhecimento da rotina na baixada, orientado pelo seu antecessor.
No sábado Sergio logo pela manhã comunicou a esposa que antes que saísse, ele precisava conversar com ela juntamente com as crianças.
A tarde depois de se preparar para sair a esposa sentou-se na sala e pediu ao filho para chamar o pai que estava na garagem.
Já reunidos Sergio sem rodeios comunicou o que estava ocorrendo, que havia sido convidado pela empresa para trabalhar em Santos, omitindo que havia sido dele a solicitação, que seria uma promoção, um futuro promissor, e ele havia aceitado indo e vindo da baixada todos os fins de semana.
A esposa por uns minutos olhou fitos para ele, que estava esperando uma chuva de impropérios, mas ela calmamente, respondeu tudo bem, se levantou chamou as crianças e saiu da sala, foi ate a garagem pegou o carro e partiu para a casa dos pais.
Na semana seguinte ele já estava instalado em Santos em um closet onde havia um pequeno escritório.
Três meses depois ele já estava integrado na sua função e com deu dinamismo deu uma nova diretriz no trabalho, ampliou os contatos com os clientes empresas hospitais prefeituras da baixada, visando estar sempre na frente da concorrência que atuava na baixada no mesmo ramo de oxigênio.
Sergio na sua ânsia de estar sempre um passo a frente observou um detalhe que talvez pudesse mudar.
O produto que sua empresa comercializava 60% era importado da matriz dos Estados Unidos, era desembarcado em Santos seguia para São Paulo depois voltava para Santos para ser entregue aos clientes, isto era em razão das guias de importação terem o endereço de São Paulo.
Ele fez um estudo e uma pesquisa, chegando a conclusão que era possível e viável, inclusive nos gastos.
Sua idéia era abrir um escritório em Santos alugar um galpão e receber a mercadoria direto para o cliente evitando uma serie de burocracias.
Enviou um memorando para a Diretoria para que ela emitisse sua opinião.
A diretoria depois de examinar os itens do memorando e achando boa a idéia, enviou ate Santos um funcionário especialista em custos para avaliar o montante de gastos.
Depois do relatório do funcionário a Diretoria aprovou o plano e deu a Sergio a incumbência de por em pratica seu projeto.
Sergio em nome da empresa alugou um galpão havia uma sala onde montou um escritório, contratou um funcionário para tirar notas fiscais e cuidar da parte burocrática, dois funcionários para cuidar do galpão, alugou uma empilhadeira, estavam prontos para receber a primeira carga, as encomendas seriam entregues aos clientes por empresa de veiculo fretado.
Se as coisas iam bem no trabalho na vida conjugal iam mal, ele como havia planejado todos os sábados pela manhã ia para São Paulo onde era recebido pela esposa de maneira fria e distante, os filhos já não demonstravam o mesmo entusiasmo quando ele chegava, e tudo seguia a mesma rotina, um passeio com as crianças ate a casa dos seus pais a chácara do sogro, saída para compras e nada mais.
Assim se passaram dois anos.
Entre o tempo de agora e o tempo que passou aconteceu algo que iria mudar sua vida.
Sergio ao visitar uma feira de artigos de pesca amadora conheceu Fernando um homem jovem que como ele gostava de pescaria, depois de uma conversa lá estavam os dois no bar do pavilhão tomando um chope e conversando alegremente.
Depois de um tempo papeando trocaram cartões, e cada um seguiu seu destino.
Fernando tinha como atividade importador de perfume francês e seda da Tailândia e
também miniaturas de marfim.
Ele era argentino há dez anos no Brasil, mas viajava sempre para seu pais de origem visitando a família.
Ele residia em um casarão antigo um mixto de residência e loja no bairro do Gonzaga, tinha duas funcionarias expert no ramo e seu negocio ia de vento em popa, era um solteirão.
Sergio depois de uns encontros com Fernando quando tomavam uns chopes e falavam de vários assuntos inclusive, familiar percebeu que ele era um homem serio responsável sentiu que estava nascendo entre eles uma sólida amizade.
O tempo foi passando e aquela amizade foi se robustecendo o que deixava Sergio feliz, pois com os problemas em casa ele precisava de um amigo como aquele jovial alegre e sempre de bem com a vida, Sergio procurava corresponder da mesma forma e estava conseguindo, pois ambos estavam sempre felizes.
Foi nesse clima auspicioso que numa terça feira de manhã que recebeu um telefonema de Fernando que perguntou se tinha um tempo na quarta feira a tarde pois precisava um favor, claro que tenho e só marcar a hora, as quatro horas na minha loja tchau amigão e desligou..
Na quarta feira na hora combinada lá foi Sergio no encontro, não cabia em si de contente, pois ia prestar um favor a quem já considerava como seu amigo.
Chegando na loja Fernando já o esperava na calçada, parou o carro e fez menção de descer mas, foi interpelado por Fernando não não, vamos sair no seu carro e entrou no mesmo, de partida e toque para a ponta da praia Sergio obedeceu e lá foram eles.
Fernando estava alegre feliz e cantarolava um tango de Gardel, no que foi acompanhado pelo amigo.
Chegando no destino passaram a rodar pelo setor de comercio náutico, ate que Fernando pediu, pare naquela loja e entre no estacionamento, depois de estacionarem desceram do carro e entraram no recinto da loja.
Era uma loja enorme com tudo para o esporte náutico, eles então se dirigiram para o setor de lanchas.
Lá chegando Fernando apontou para cinco lanchas que estavam emparelhadas e disse uma dessas e nossa, convidei você para ajudar a escolher, eram do mesmo tamanho, diferentes só na cor e alguns detalhes, mediam seis metros.
Sergio sabia que o é nossa era força de expressão, mas, ficou feliz com a deferência do amigo e passou a examinar as lanchas observando os detalhes para dar sua opinião porem seu pensamento estava mesmo era na atitude do amigo em convidá-lo para ajudar naquela escolha difícil, mas muito agradável.
Depois de muito observar apontou para uma branca com estofamento azul médio e frisos laterais da mesma cor.
Fernando depois de uma bela examinada concordou com o amigo, pediu a ele que desse uma volta pelo salão e foi ate o escritório para acertar uns detalhes.
Depois de tudo acertado ele retornou ao salão e nas mãos trazia dois recipientes em forma de canudo, abriu um deles e tirou uma pequena bandeira auto colante da Argentina e colou na lateral do barco, entregou o outro canudo para Sergio e disse abra, ele abril e desenrolou, era uma bandeira do Brasil.
Sergio entendeu a mensagem e emocionado perguntou onde colo, onde você quiser respondeu Fernando.
Sergio não titubeou e colou ao lado da bandeira do amigo, deu-lhe um aperto de mão e agradeceu a consideração.
Bom, agora vamos ate a marina acertar uns detalhes, pois amanhã eles vão entregar a lancha e sábado vamos estrea-la.
Depois do acerto e mandar pintar o nome, Beatriz em homenagem a mãe de Fernando e para registro na capitania, foram ate um bar para comemorar, tomaram uns chopes e saíram.
Sergio deixou o amigo na loja e foi para casa.
Na quinta feira o telefone tocou, ele atendeu era Fernando, Oi amigão tudo bem? Estou ligando pois tive uma idéia, que tal você trazer sua família para um fim de semana aproveitaríamos para estrear a lancha juntos e eu teria o prazer de conhecer o pessoal.
Sergio pensou e disse que tal a gente se encontrar hoje a noite para conversar a respeito.
Com a resposta positiva ele adiantou, que tal no bar do hotel Atlântico as oito horas e assim ficou combinado.
A noite os dois amigos se encontraram, depois dos comprimentos pediram dois chopes e passaram a conversar.
Olha Fernando eu agradeço e fico honrado pelo convite a minha família, eu tenho algo para lhe falar e estava esperando uma oportunidade para tocar no assunto, A seguir relatou o relacionamento que estava tendo com a esposa e motivo pelo qual ele estava trabalhando na baixada.
Em razão disso eu declino do convite, pois não sei qual a reação dela e não quero estragar o fim de semana, mas você pode contar com minha presença.
Fernando ouviu tudo com atenção e exclamou o.k não se fala mais nisso,e a seguir sugeriu que tal irmos jantar no jangadeiro pagaram a conta e saíram, esta maneira de encarar as coisas e não fazer comentário agradava Sergio pois nada abalava seu animo, se tinha um problema ele procurava resolver sem mais delongas.
No sábado se encontraram na marina e saíram a passeio na lancha, depois de navegarem bastante parar em algumas ilhas e tirar fotos voltaram, e foram almoçar. Fernando não cabia em si, o que agradou Sergio, ver o amigo feliz e fazer parte daquela alegria, durante o almoço Fernando disse ao amigo, a semana que vem você vai ter umas aulas e tirar habilitação, será um presente meu para você sentir a emoção de guiar ama lancha.
Depois do almoço já na loja Sergio se despediu e rumou para São Paulo, pois tinha compromisso com a família, no domingo iam todos para a chácara de Atibaia comemorar o aniversário da sogra.
No domingo havia varias pessoas reunidas, amigos e parentes dos sogros, crianças correndo de lá pra cá, enfim uma alegria geral, a esposa mal notava sua presença, os filhos na euforia com outras crianças não percebiam a angustia do pai em relação a elas.
O sogro percebendo a situação acercou-se do genro e entabulou uma conversa amigável, sobre coma estava o trabalho sua estada na baixada, enfim uma conversa trivial.
Sergio estava tão absorto nos seus pensamentos que mal ouvia o sogro, ele queria mesmo era estar longe dali.
O sogro percebendo deu-lhe um tapinha nas costas e sugeriu, que tal um drinque e uma partida de tênis antes do almoço, Sergio acentiu e lá foram os dois.
Depois de uns drinques e umas partidas de tênis entre os convidados que se repesavam, ele ficou mais animado e partiu para a mesa.
Durante o almoço tudo transcorreu bem estavam todos alegres com brindes para a sogra, ate Sergio curtiu aquela alegria e deixou os problemas de lado, afinal ele não era um desmancha prazeres.
Na volta pra casa ele voltou a ser aquele Sergio alegre despreocupado o transito estava lento, ele brincou e cantou com os filhos musicas infantis que elas tanto gostavam não se preocupando com o jeito taciturno da esposa que durante a viagem não proferiu uma palavra e não interferiu com a alegria deles, afinal neste ponto ela não era egoísta.
Desde o tempo do sobrado pronto e a transferência para Santos haviam se passado quatro anos.
A sua atuação era um sucesso promoção aumento de ganhos com participação nos lucros da empresa, isto e muito comum em empresas americanas, mas tinha uma frustração seu relacionamento com a família nada mudou, isto o torturava, mas ele se sentia impotente para tomar uma decisão.
Ele um homem bem sucedido em tudo que fazia não encontrava uma solução para resolver o problema, ainda bem que tinha do amigo apoio para suportar aquela situação.
Mas tudo aquilo iria mudar, há algum tempo atrás com o estreitamento daquela amizade e a confiança alicerçada passaram a trocar confidencias.
Em certa ocasião Fernando confidenciou ao amigo que estava perto de realizar seu grande sonho, ele iria voltar para a Argentina e abrir um estabelecimento no famoso bairro La Boca que consistiria em um restaurante típico, um salão de danças e shous e um salão para jogos, mas que para funcionar a contento teria que ter um sócio, pois é impossível administrar um negocio destes sozinho, e o assunto ficou por ali.
No meio do quinto ano o amigo lhe comunicou que iria por a venda a casa a loja e por em pratica o plano de se estabelecer como empresário no ramo de diversão noturna.
No fim daquele ano após vender todos seus bens Fernando partiu para a Argentina.
Seis anos depois após participarem de um simpósio de cursos preparatórios para universidade em Buenos Aires duas amigas jovens senhoras resolveram dar um passeio pela vida noturna da capital portenha no bairro La Boca, o mais tradicional e chic da cidade.
Após percorrerem alguns bares resolveram entrar em um estabelecimento, misto de restaurante casa de shous e jogos ( El Trocadero ) era um estabelecimento chic com porteiros elegantes engalanados e lindas recepcionistas que logo as encaminharam para uma mesa.
A seguir foram atendidas por um garçon com a mesura de um gentleman.
Pediram chanpagne que logo foi trazida, no palco os músicos tocavam um tango de Lepera acompanhados pelos passos exímios de um casal de bailarinos.
Após tomar a taça de chanpagne uma das amigas levantou para ir a toalete retocar o baton.
Ao retornar, no trajeto ela viu algo que a deixou perturbada, chegando a mesa a amiga notou que havia algo estranho no comportamento dela e perguntou, o que houve, é efeito da bebida, não claro que não e a seguir balbuciou, olha Regina este era o nome da amiga, é que eu vi uma pessoa tão parecida com alguém que conhecemos que fiquei perturbada e confusa pois a pessoa é por demais parecida.
Como assim conhecemos, perguntou intrigada, parece com quem, a amiga ficou pensativa e respondeu, vá você mesmo ver e apontou em direção de uma sala envidraçada que ficava no extremo do salão.
Ela levantou e se dirigiu ate o lado da sala, lá sentado havia um homem impecavelmente vestido com um terno azul risca de giz e um lenço branco em forma de pontas no bolsinho do paletó, um autentico empresário da noite.
Ela depois de observar por uns minutos deu um sorriso maroto e voltou pra mesa, sem nada falar sentou, tirou da bolsa uma caneta sacou uma folha de papel de um pequeno bloco e escreveu algo, dobrou o papel chamou o garçao, pediu que ele entregasse ao homem da saleta, ele quis retrucar mas ela sacou da bolsa uma polpuda nota e colocou junto ao papel a linguagem do dinheiro falou mais alto, ele apanhou os dois foi ate a saleta entregou o bilhete, apontou a mesa das senhoras e saiu.
O homem da saleta abriu o papel e ali estava escrito três nomes, depois de ler sua fisionomia se modificou ficou entre seria e assustada.
Ele olhou para a mesa apontada pelo garçao mas como o salão estava na penumbra ele divisou apenas dois vultos de mulher.
Esperou uns minutos e ainda preocupado levantou passou pelo bar tomou uma dose de wiski e se dirigiu ao salão.
Quando ao lado da mesa ficou em frente as duas mulheres, os três se olhavam sem dizer uma palavra, ele atônito assustado, incrédulo no que estava acontecendo, a mulher na sua frente era sua esposa.
Por um bom tempo eles ficaram se olhando sem nada dizerem, foi ela que quebrou o silencio, com a fisionomia marota disse, depois de seis anos você esta muito bem, ele mecanicamente respondeu você também, a amiga que parecia nem ter sido notada fez um aceno de mão e disse oi eu também estou aqui, Sergio que estava tão absorto se desculpou e a comprimentou.
Ele olhou para a esposa pos a mão em uma cadeira e perguntou posso me sentar, ela irônica claro afinal você parece ser o chefe, e, por favor, peça duas taças de chanpagne afinal a surpresa foi muito forte.
Ele chamou o garçom e pediu uma garrafa, as mulheres pediram licença pois iam ao toalete refazer a maquiagem, na verdade iam se refazer da surpresa e também dar a ele tempo para o mesmo.
Sergio estava preocupado o pensamento a mil o que ela queria como o descobriu o que fará brigar escândalo, ele estava impotente para qualquer reação, mas seja o que for ela mudou muito ou aprendeu a fingir com maestria , estava assustado.
Foi com esta tensão que seu pensamento voltou a cinco anos e meio atrás.
Meses atrás quando Fernando falou sobre precisar de um sócio e ele não vendo como acertar as coisas com sua esposa, e não havendo possibilidade de divorcio ele optou por simplesmente um afastamento com paradeiro ignorado e se apresentou como possível sócio do amigo.
Fernando não teve duvidas e aceitou de pronto a proposta do amigo.
Sergio só tinha um óbice precisava de um tempo para acertar sua saída da empresa, pois não queria deixar problemas para trás.
Tendo acertado com o amigo ele procurou a direção da empresa esclarecendo que precisava se desligar da Empresa, mas ficaria o tempo necessário ate que tivesse orientado um substituto para seu lugar.
Assim foi feito, em dois meses se substituto estava apto a ocupar seu lugar.
Depois de desligar da Empresa passou aos passos seguintes para executar seu plano.
Em casa ele agia como se tudo estivesse normal, as idas para o trabalho que já não havia e a volta para o fim de semana.
Passado algum tempo quando ele já estava preparado vendeu o carro caso tentassem encontra-lo encerrou a conta bancaria transferindo para outro banco e aproveitando a ausência da família, passou em casa de táxi colocou seus pertences pessoais e partiu.
Antes de partir enviou em mala expressa uma carta para o pai e outra para os sogros.
A eles teceu um desfile de considerações dirigidas aos filhos e a esposa, o amor que sentia por todos, o desentendimento que havia entre eles, e não sabendo como solucionar aquela situação optou pelo afastamento, pois havia-se aberto um vazio entre os dois que estava afetando as crianças e ele não conseguia suportar aquilo e quem sabe num futuro contornariam este problema e terminando, implorou para que não tentassem encontra-lo, e simplesmente desapareceu.
Agora ali estava ele depois de seis anos frente a esposa atônito sem saber o que dizer, só havia um remédio esperar e ouvir, afinal foi ela que o encontrou.
Elas retornaram a mesa e ela altiva como sempre adiantou, vou deixar bem claro eu o encontrei por acaso, saímos do hotel para me divertir e conhecer o bairro e aqui estamos frente a frente por simples acaso,
Ela falava de maneira calma suave não fazia lembrar em nada a mulher arrogante e destemperada com quem ele viveu um inferno astral.
Sergio que era um homem falante sentia como se tivesse um nó na língua, queria dizer alguma coisa, mas não conseguia, parecia estar vivendo um pesadelo, mas um pesadelo que o estava deixando excitado pois a visão da mulher o levou aos tempos em que foram apaixonados, agora depois de anos ali estava ela mais madura mais bonita mais mulher.
Aquele devaneio foi quebrado por um tapinha nas costas, ele se virou e deparou com Fernando que estalou os dedos e disse acorde amigo você parece que esta sonhando.
Ele comprimentou as mulheres e olhando para Sergio que ainda não tinha se refeito perguntou você não vai me apresentar.
Sergio como se tivesse despertado de um sonho apontou para a outra e disse ela é uma amiga e esta é--- e como ele estava titubeante Regina se adiantou e com um sorriso maroto disse eu sou a esposa dele.
Fernando apesar de estar acostumado a situações delicadas sentiu um baque, mas contornou a situação se apresentou e a seguir pediu licença, pois precisava ir ate o escritório.
Assim que se afastou Regina perguntou quem era ele.
Sergio já mais da tensão respondeu que eram sócios no estabelecimento, ela um tanto surpresa brincou oi lala quer dizer que você virou dono da noite, dono da noite não sou apenas sócio empresário da noite.
Ela então irônica disse dono sim não esqueça que a modéstia nunca foi seu forte.
Depois de fazer umas observações elogiosas sobre o ambiente Regina demonstrou o desejo de sair, pois queria dar um passeio pelo bairro afinal a noite e uma criança disse.
Ele achou estranho aquela linguagem e a atitude de Regina, mas no fundo o agradou, sentiu ate uma pontada de ciúme.
Quando se despediu ele arriscou uma pergunta quanto aos filhos, ela olhou firme para ele os olhos chispando um rictus nos cantos dos lábios e disse disparando as palavras, ligue para meu hotel amanhã e falaremos a respeito, deu o nome do hotel e saiu.
Sergio sentiu que a mulher teve gana de voar sobre ele como uma fera faria para defender sua cria, e com razão afinal foram seis anos sem dar noticias.
Já na calçada a amiga comentou menina seu marido esta muito bem, é realmente esta muito bem e puseram-se a caminhar pela calçada bem iluminada pelas fachadas ornamentadas com luzes coloridas de néon.
Entraram em um clube tomaram um drinque e assistiram shows de danças, lá pelas tantas solicitaram um táxi e foram para o hotel.
Por volta do meio dia o telefone tocou era Sergio a convidando para almoçar, ela aceitou o convite e combinaram se encontrarem as duas horas no saguão do hotel.
Durante o almoço tiveram uma conversa amigável embora ele estivesse apreensivo, mas para sua surpresa a conversa transcorreu de maneira tranqüila, ela nem de longe parecia a Regina de outrora.
Contou ela que a principio pensou que sua partida fosse só uma atitude de momento, mas, com o passar do tempo soube da saída da Empresa e o encerramento de sua conta bancaria ela caiu em si, sentiu que a coisa era séria e ficou indignada, pois nunca imaginou que ele deixaria os filhos.
Porem ela não iria procurá-lo e tocaria sua vida em frente, e para isso contaria com a ajuda dos pais.
Com o apoio e orientação do pai desistiu da idéia de ser reitora e abriu um curso preparatório para alunos ingressarem em universidade.
Com o tempo contatou uma consultoria para orientá-la na abertura de novas unidades.
Isto feito o negocio prosperou e em quatro anos ela estava com varias unidades espalhadas por São Paulo e algumas cidades do Estado.
Agora com o advento da criação do Merco Sul e a necessidade de falar espanhol ela estava participando de um evento que será de interesse para o seu negocio, eis o porquê de sua presença ali e o encontro casual.
Sergio ouviu tudo impassível e admirado pela tranqüilidade da mulher, ela que no passado falava pouco e de maneira tempestuosa.
Ele fez menção de dizer algo, mas ela com um gesto o interrompeu, não diga nada, pois hoje eu entendo sua atitude, só não compreendo tanto tempo sem comunicar com as crianças e qualquer coisa que você diga não ira justificar isso.
Ela abriu a bolsa tirou uma foto e passou para ele, era recente dos filhos juntos, ele por algum tempo ficou olhando pensando como pode ficar todos aqueles anos sem contato com eles e as lagrimas rolou pelas faces.
A esposa vendo aquela cena não pode deixar de se emocionar e disse amanhã volto para o Brasil quando quiser poderá vê-las, estou morando perto dos meus pais anotou o endereço em um papel e passou para ele inclusive o telefone, e terminando disse nossa casa eu aluguei.
Uma semana após este encontro o telefone tocou na casa de Regina, era Sergio que estava em São Paulo e queria agendar um encontro com os filhos.
Ela concordou e disse que ia avisá-los, pois ela não havia mencionado o encontro que tiveram e precisava prepará-los.
Ela reuniu os dois irmãos e revelou a eles o que estava ocorrendo, a reação foi positiva dava para notar a ansiedade que se apossou dos dois irmãos.
O encontro foi marcado para o dia seguinte sábado no Hotel Lorde onde o pai estava hospedado.
As doze horas o casal de irmãos chegaram ao Hotel e subiram ate o apartamento.
O encontro foi de pura emoção choro abraços como só poderia ser depois de seis anos de ausência.
Pelo comportamento dos filhos ele notou que a mãe não tinha passado nenhuma influencia negativa a seu respeito, o que era de esperar, pois apesar de seu gênio irascível era uma mulher digna.
Depois de muito conversarem desceram para o almoço no restaurante do Hotel onde a conversa continuou num clima alegre e festivo.
Pelas quatro da tarde terminado o encontro o casal se despediu do pai que prometeu voltar em breve.
Assim que saíram Sergio ligou para a esposa agradecendo que havia corrido tudo bem e que, se ela consentisse voltaria em breve, e que embarcaria naquela mesma tarde pois precisava trabalhar, no que ela respondeu venha quando quiser.
Depois desta visita outras aconteceram propiciando um entendimento de que a família não estava totalmente desvinculada.
Nas férias escolares o pai os convidou para uma visita e conhecer os Alpes Argentinos quando aproveitaria para uma aproximação com os filhos.
Os dois foram sizinhos pois a mãe achou cedo para um aproximação com o marido, ia deixar que o tempo lhes mostrasse o melhor caminho.
Sergio com o convite queria também mostrar que não tinha nenhum relacionamento serio com nenhuma mulher, pois na sua cabeça estava madurando a idéia de um possível reatamento deixando o passado para trás não importando o que teria ocorrido, sem magoas ou cobranças, afinal haviam colhido muita experiência nestes seis anos.
Depois de alguns encontros e diálogos com a esposa os dois resolveram pelo reatamento, mas para isto ele precisava de algum tempo para resolver seus negócios na Argentina.
Conversou com Fernando que a esta altura já se considerava como amigo da família.
Sergio expôs a intenção de reatar com a esposa e que iria negociar sua parte no negocio e voltar para o Brasil.
Fernando o apoiou totalmente e mais iria ajudá-lo nos contatos para arrumar o sócio certo afinal eles tinham muito carinho pela casa.
Oito meses depois tal como aconteceu em 1980 a família estava inaugurando uma casa em Guarulhos na Vila Rosalia.
Abriu uma Empresa na cidade onde viveu feliz ate o ano de 2006 quando faleceu vitima de uma doença.
Hoje o filho dirige o negocio deixado pelo pai é solteiro.
A filha casou tem como o pai dois filhos e vive muito bem.
A viúva guarda a lembrança do marido e às vezes lamenta o tempo que perdeu, mas se recuperou a tempo de ser feliz.
Este texto é fictício, mas que poderia ser real e ter sido definido em poucas linhas, mas a intenção do autor foi chamar a atenção do leitor e dar ênfase para que ele sinta que qualquer ação precipitada pode levar a erros difíceis quando não impossíveis de serem corrigidos e lembrar que quando existe filhos principalmente na fase de dependência material e moral não podemos sacrifica-los ao sabor de nossa vaidade pessoal e abandoná-los a própria sorte, não podendo nos comparar nem com os animais selvagens que defendem sua prole com a própria vida.
Quanto a ficção a intenção foi deixar a mente passear pelos meandros da imaginação.
Epílogo
Quando projetamos uma Família já não nos pertencemos e sim a um conjunto.
Caso contrario ela não se sustenta e desmorona como uma coluna sem os vergalhões de sustentação, sem exceção.
O autor Walter Gomes Negrão São Paulo 17/12/08
sábado, 20 de dezembro de 2008
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Deixa que eu Chuto
Há algum tempo possuo um bar e mercearia numa região rural de chácaras de veraneio e para reforçar o estoque costumo fazer compras na cidade. Num sábado a tarde após comprar umas caixas de cervejas voltava eu e um amigo para o bar por uma estrada vicinal de terra. As caixas estavam calçadas com um cobertor velho e amarradas com uma cordinha para não ficarem batendo, pois a estrada era muito irregular. Íamos tranqüilos quando alguém que reconheci deu sinal de carona, normalmente eu não pararia, mas como ele era caseiro de um bom freguês parei, meu amigo ate estranhou. Oi seu Zé entra ai, ele entrou se acomodou e lá fomos nos, contando milonga e papo furado. Foi quando não sei de onde surgiu um cavalo na estrada. Dei uma batida na bunda dele, o carro desgovernado embicou para dentro do mato e parou. Ouvi um grito do seu Zé e um jato de algo quente empapou meu pescoço, olhei para trás e vi ele segurando a perna gritando como um louco, seu pe direito havia sumido, e a seguir desmaiou. Rapidamente puxamos o cobertor enrolamos na machucadura e com a cordinha fizemos um torniquete, foi tudo tão rápido que quando procuramos pelo pé ele ainda estava pulando no meio dos arbustos, o chinelo havia sumido pegamos o pé e enrolamos na ponta do cobertor.
Por sorte o carro pegou na partida saímos de uma pequena valeta e fomos ate o bar que ficava a uns quinhentos metros. Chegando no bar coloquei o pé dentro de um saco plástico completei com gelo amarrei e deixei no freezer ate pegar um isopor que estava dentro de casa, meu irmão olhava tudo sem nada entender, dei a ele o isopor e pedi para por o saco plástico dentro e cobrir com gelo enquanto eu pegava os documentos de uma Kombi que estava na garagem. Depois de tudo arranjado ajeitamos o seu Zé na Kombi peguei o isopor e partimos pro hospital de Guarulhos, quando entramos na via Dutra deparei com uma viatura da policia rodoviária e uma da Civil que estavam em um posto de combustível parei a Kombi e procurei os guardas que estavam tomando café no bar, expliquei o que aconteceu e eles se prontificaram a levar o seu Zé pro hospital e que eu e meu amigo iríamos juntos para esclarecer tudo,colocaram o seu Zé e o isopor na viatura e quando já íamos sair os policiais civis se aproximaram ofereceram ajuda como não havia necessidade partimos.
No caminho pelo radio os rodoviários alertaram a central para comunicar o hospital da chegada de uma emergência e de um possível implante de um pé.
Quando chegamos já estava tudo preparado levaram a vítima e o isopor para a sala de primeiro socorro para limpar e desinfetar o pé, o que não seria difícil, pois no acidente ele estava de chinelo. Logo a seguir o médico surgiu na sala bravo perguntando que brincadeira era aquela, pois o que havia no saco era um pedaço de carne e não um pé .Quando tentei explicar o que havia acontecido eis que aparece dois policiais e meu irmão com um saco de gelo na mão, era o pé. Na hora da pressa ele pos o saco errado no isopor e só percebeu quando foi servir um freguês, por sorte havia no bar um freguês que tinha carta de motorista e se prontificou a ajudar.
Quando iam para o hospital depararam com a viatura civil e pediram ajuda. Durante o procedimento constataram que o implante só poderia ser feito onde havia mais recursos e como o tempo urgia requisitaram um helicóptero Águia que o levou para o H.C das clínicas . Depois de apanhar o carro e a Kombi fomos até o distrito para esclarecer tudo.
Esclarecimento.
O carro estava com o assoalho traseiro podre e um furo tapado com papelão, na hora do acidente com o cavalo, no desvio peguei uma saliência que prendeu o pé que entrou no buraco e o arrancou. Depois das explicações fui liberado, o carro ficou detido para o inquérito. Felizmente para o seu Zé o implante foi possível , mas teve um pequeno problema. Quando tiraram o curativo notaram que havia um pequeno desvio, mas que podia ser corrigido com fisioterapia e uso de um aparelho de correção fisioterápico.
Depois de algum tempo ele relachou, abandonou o tratamento e só utilizava uma bengala.
Após algum tempo ele deixou a bengala, o andar era quase perfeito a não ser quando chutava o pe esquerdo com o direito, os dois pés às vezes entravam em desacordo.
A algum tempo ele vive num barraco e se sustenta com a pensão de inativo.
Ele costumava vir no bar tomar uma pinga e o pessoal dizia, Oi seu Zé lá vem o deixa que eu chuto, pois ele as vezes chutava o próprio pé.
Ele chegava tomava uma pinga pedia um cigarro solto, pagava e ia embora. Eu não queria cobrar, mas ele dizia, não liga não, o senhor não teve culpa, foi Deus que quis assim. Ele saia na porta parava e tentava chutar uma pedra invisível e dizia errei, olhava pro céu e falava um dia eu acerto seu calhorda.
Passado algum tempo uns parentes o levaram embora e nunca mais o vi.
Por sorte o carro pegou na partida saímos de uma pequena valeta e fomos ate o bar que ficava a uns quinhentos metros. Chegando no bar coloquei o pé dentro de um saco plástico completei com gelo amarrei e deixei no freezer ate pegar um isopor que estava dentro de casa, meu irmão olhava tudo sem nada entender, dei a ele o isopor e pedi para por o saco plástico dentro e cobrir com gelo enquanto eu pegava os documentos de uma Kombi que estava na garagem. Depois de tudo arranjado ajeitamos o seu Zé na Kombi peguei o isopor e partimos pro hospital de Guarulhos, quando entramos na via Dutra deparei com uma viatura da policia rodoviária e uma da Civil que estavam em um posto de combustível parei a Kombi e procurei os guardas que estavam tomando café no bar, expliquei o que aconteceu e eles se prontificaram a levar o seu Zé pro hospital e que eu e meu amigo iríamos juntos para esclarecer tudo,colocaram o seu Zé e o isopor na viatura e quando já íamos sair os policiais civis se aproximaram ofereceram ajuda como não havia necessidade partimos.
No caminho pelo radio os rodoviários alertaram a central para comunicar o hospital da chegada de uma emergência e de um possível implante de um pé.
Quando chegamos já estava tudo preparado levaram a vítima e o isopor para a sala de primeiro socorro para limpar e desinfetar o pé, o que não seria difícil, pois no acidente ele estava de chinelo. Logo a seguir o médico surgiu na sala bravo perguntando que brincadeira era aquela, pois o que havia no saco era um pedaço de carne e não um pé .Quando tentei explicar o que havia acontecido eis que aparece dois policiais e meu irmão com um saco de gelo na mão, era o pé. Na hora da pressa ele pos o saco errado no isopor e só percebeu quando foi servir um freguês, por sorte havia no bar um freguês que tinha carta de motorista e se prontificou a ajudar.
Quando iam para o hospital depararam com a viatura civil e pediram ajuda. Durante o procedimento constataram que o implante só poderia ser feito onde havia mais recursos e como o tempo urgia requisitaram um helicóptero Águia que o levou para o H.C das clínicas . Depois de apanhar o carro e a Kombi fomos até o distrito para esclarecer tudo.
Esclarecimento.
O carro estava com o assoalho traseiro podre e um furo tapado com papelão, na hora do acidente com o cavalo, no desvio peguei uma saliência que prendeu o pé que entrou no buraco e o arrancou. Depois das explicações fui liberado, o carro ficou detido para o inquérito. Felizmente para o seu Zé o implante foi possível , mas teve um pequeno problema. Quando tiraram o curativo notaram que havia um pequeno desvio, mas que podia ser corrigido com fisioterapia e uso de um aparelho de correção fisioterápico.
Depois de algum tempo ele relachou, abandonou o tratamento e só utilizava uma bengala.
Após algum tempo ele deixou a bengala, o andar era quase perfeito a não ser quando chutava o pe esquerdo com o direito, os dois pés às vezes entravam em desacordo.
A algum tempo ele vive num barraco e se sustenta com a pensão de inativo.
Ele costumava vir no bar tomar uma pinga e o pessoal dizia, Oi seu Zé lá vem o deixa que eu chuto, pois ele as vezes chutava o próprio pé.
Ele chegava tomava uma pinga pedia um cigarro solto, pagava e ia embora. Eu não queria cobrar, mas ele dizia, não liga não, o senhor não teve culpa, foi Deus que quis assim. Ele saia na porta parava e tentava chutar uma pedra invisível e dizia errei, olhava pro céu e falava um dia eu acerto seu calhorda.
Passado algum tempo uns parentes o levaram embora e nunca mais o vi.
Moral do fato:
Pé quando é mal implantado, Quando chuta é só pro lado.
Personagens Gomes dono do Bar Tim- Blim seu irmão e o S.R José, vitima.
Autor Walter Negrão editado dia 2/6/08
Pé quando é mal implantado, Quando chuta é só pro lado.
Personagens Gomes dono do Bar Tim- Blim seu irmão e o S.R José, vitima.
Autor Walter Negrão editado dia 2/6/08
domingo, 1 de junho de 2008
Um sonho realizado
Como é belo viver um sonho
e depois realizar
que um dia vai reinar e não apenas sonhar
faz muitos anos menina,
com passos firmes seguindo
rumo ao pedestal
e quando nele subindo
chorando ou sorrindo
o povo te aplaudindo
em um extase total
como ela é linda gritavam
em um frenesi geral
você sempre sorrindo
como um ser angelical
a alegria explode
como se fosse
festa de carnaval
você passa ligeira
a silhueta faceira
e a todos mostrando
o charme e a beleza
da mulher brasileira
Como é belo viver um sonho
e depois realizar
que um dia vai reinar e não apenas sonhar
faz muitos anos menina,
com passos firmes seguindo
rumo ao pedestal
e quando nele subindo
chorando ou sorrindo
o povo te aplaudindo
em um extase total
como ela é linda gritavam
em um frenesi geral
você sempre sorrindo
como um ser angelical
a alegria explode
como se fosse
festa de carnaval
você passa ligeira
a silhueta faceira
e a todos mostrando
o charme e a beleza
da mulher brasileira
Parabéns de coração seu tio Walter
quinta-feira, 29 de maio de 2008
O despertar de uma estrela
Uma explosão no centro do universo, deu-se o Big Bang – milhões de fragmentos espalharam-se em várias direções, uns pequenos outros maiores, e passaram a vagar pelo infinito do espaço presos no vácuo sem gravidade. Mas um fragmento de tamanho razoável atravessou a barreira de gravidade e passou a girar dentro da atmosfera, que permitia uma rotação com estabilidade e segurança.
Depois de milhões de anos iniciou-se a mutação do ambiente, com a formação de oceanos, de rios e florestas, o surgimento de bactérias e micro organismos, que num futuro muito distante iriam proporcionar o surgimento de vida neste ambiente que hoje chamamos de Planeta Terra.
Milhões de anos depois começou a surgir vida no planeta, primeiro nos mares e nos rios, que eram os ambientes mais propícios, devido a água. Mais uns milhões de anos iniciou-se o processo de vida em solo firme. Surgiram em forma de animais quadrúpedes, eram animais, uns de forma bizarra outros aterrorizantes, grandes pequenos, carnívoros herbívoros. Pássaros de enorme envergadura que mais pareciam os pequenos aeroplanos de hoje.
Na medida do possível viviam em harmonia, exceto quando estavam devorando uns aos outros na tão decantada cadeia alimentar. Mas um enorme fragmento do Big Bang, errante em sua rota pelo espaço, rompeu a barreira de gravidade que protegia a já então terra, provocando uma onda de calor comparável a milhares de bombas atômicas. A onda varreu a superfície terrestre destruindo toda forma de vida inclusive secando rios e oceanos. Uma catástrofe total.
Da destruição total do meio ambiente só restou o esqueleto da terra. Alguns milhões de anos depois reiniciou o segundo ciclo da terra, o ciclo da recuperação, tudo se procedeu como antes, mas com algumas variações, uma delas a jurássica – os dinossauros haviam desaparecido para sempre. Alguns milhões de anos depois, após varias mutações surgiu o homem Erectus.
Eles viviam em cavernas e comumente se reuniam em grupos para caçar. Um dia acidentalmente descobriram o fogo, que passaram a usar para cozinhar, se aquecer e afugentar os animais ferozes. Nas suas reuniões em volta das fogueiras eles se comunicavam por gestos e sons guturais, pois não conheciam o sentido da fala.
Com o advento do fogo que lhes proporcionava proteção e facilidade para a alimentação, grupos passaram a se aventurar embrenhando-se na mata a procura de caça e a explorar novos redutos. Foi nestas incursões que começaram a ter contato com outros sons da natureza, eram os pássaros, cachoeiras, corredeiras e diversos animais que habitavam as matas.
A principio ficaram assustados, mas depois foram se acostumando e ficavam atentos com o canto dos pássaros que era o que mais os fascinavam.
Com o tempo criaram um linguajar com o qual passaram a se comunicar, e foram deixando para trás os sons guturais. Era a evolução própria do homem.
Aos poucos foram se familiarizando com a floresta que lhes proporcionava mais conforto e supria suas necessidades de água e alimento. Foi em volta das fogueiras, quando os grupos se reuniam, que surgiu as primeiras manifestações do que se poderia chamar de canto, Era quando eles tentavam imitar o som dos pássaros.
No processo da evolução dos homens das cavernas aos homens da floresta e nos tempos que se seguiram, o canto tem um papel importante em qualquer parte do planeta. É na exaltação dos credos, na religião, nos hinos das nações, conclamando o amor pela pátria, para a mulher amada e também para o homem, para o filho querido, pelo deslumbre, pela alegria e porque não até pela dor.
Nos tempos modernos a música invadiu fronteiras não importando os ritmos ou os idiomas, pois a música é universal, na manifestação instrumental, vocal, solada, cantada a dois ou em grupo. Na sua difusão universal temos um exemplo digno de nota quando um brasileiro e um francês com suas composições e canto criaram uma das maiores expressões musicais de todos os tempos, e que encanta o mundo com seu charme e sensibilidade, expressada também na dança e no seu ritmo sensual: o tango, seus criadores Gardel (francês) e Alfredo Lepera (brasileiro).
No planeta não há quem não tenha ouvido uma música por mais simples que seja, a não ser que seja surdo. Numa cidade do interior chamada de a Califórnia paulista deu-se um Big-Bang, que ao invés de espalhar fragmentos rochosos fez surgir uma jovem senhora, um talento para a música que com sua voz maviosa, enternece as pessoas com sua sensibilidade e as faz vibrar também com os ritmos mais fortes.
Quando ela canta todo o ambiente a sua volta e só emoção e alegria.
Estou muito feliz por ter uma cantante na família.
Regina não tenho a pretensão de ser escritor, escrevo apenas umas bobeiras para exercitar os neurônios, pois não quero terminar meus dias como minha tia que confundia seu cachorro com um papagaio chamando- o de louro, ou o tio Guilherme que quis registrar como filho um pardal que caiu do ninho e foi criado por ele.
Eles terminaram seus dias em um hospício.
Desculpe eu ter sido breve, mas tenho que levar meu lagarto no terapeuta.
Tchau um abraço Walter 28/05/08
Depois de milhões de anos iniciou-se a mutação do ambiente, com a formação de oceanos, de rios e florestas, o surgimento de bactérias e micro organismos, que num futuro muito distante iriam proporcionar o surgimento de vida neste ambiente que hoje chamamos de Planeta Terra.
Milhões de anos depois começou a surgir vida no planeta, primeiro nos mares e nos rios, que eram os ambientes mais propícios, devido a água. Mais uns milhões de anos iniciou-se o processo de vida em solo firme. Surgiram em forma de animais quadrúpedes, eram animais, uns de forma bizarra outros aterrorizantes, grandes pequenos, carnívoros herbívoros. Pássaros de enorme envergadura que mais pareciam os pequenos aeroplanos de hoje.
Na medida do possível viviam em harmonia, exceto quando estavam devorando uns aos outros na tão decantada cadeia alimentar. Mas um enorme fragmento do Big Bang, errante em sua rota pelo espaço, rompeu a barreira de gravidade que protegia a já então terra, provocando uma onda de calor comparável a milhares de bombas atômicas. A onda varreu a superfície terrestre destruindo toda forma de vida inclusive secando rios e oceanos. Uma catástrofe total.
Da destruição total do meio ambiente só restou o esqueleto da terra. Alguns milhões de anos depois reiniciou o segundo ciclo da terra, o ciclo da recuperação, tudo se procedeu como antes, mas com algumas variações, uma delas a jurássica – os dinossauros haviam desaparecido para sempre. Alguns milhões de anos depois, após varias mutações surgiu o homem Erectus.
Eles viviam em cavernas e comumente se reuniam em grupos para caçar. Um dia acidentalmente descobriram o fogo, que passaram a usar para cozinhar, se aquecer e afugentar os animais ferozes. Nas suas reuniões em volta das fogueiras eles se comunicavam por gestos e sons guturais, pois não conheciam o sentido da fala.
Com o advento do fogo que lhes proporcionava proteção e facilidade para a alimentação, grupos passaram a se aventurar embrenhando-se na mata a procura de caça e a explorar novos redutos. Foi nestas incursões que começaram a ter contato com outros sons da natureza, eram os pássaros, cachoeiras, corredeiras e diversos animais que habitavam as matas.
A principio ficaram assustados, mas depois foram se acostumando e ficavam atentos com o canto dos pássaros que era o que mais os fascinavam.
Com o tempo criaram um linguajar com o qual passaram a se comunicar, e foram deixando para trás os sons guturais. Era a evolução própria do homem.
Aos poucos foram se familiarizando com a floresta que lhes proporcionava mais conforto e supria suas necessidades de água e alimento. Foi em volta das fogueiras, quando os grupos se reuniam, que surgiu as primeiras manifestações do que se poderia chamar de canto, Era quando eles tentavam imitar o som dos pássaros.
No processo da evolução dos homens das cavernas aos homens da floresta e nos tempos que se seguiram, o canto tem um papel importante em qualquer parte do planeta. É na exaltação dos credos, na religião, nos hinos das nações, conclamando o amor pela pátria, para a mulher amada e também para o homem, para o filho querido, pelo deslumbre, pela alegria e porque não até pela dor.
Nos tempos modernos a música invadiu fronteiras não importando os ritmos ou os idiomas, pois a música é universal, na manifestação instrumental, vocal, solada, cantada a dois ou em grupo. Na sua difusão universal temos um exemplo digno de nota quando um brasileiro e um francês com suas composições e canto criaram uma das maiores expressões musicais de todos os tempos, e que encanta o mundo com seu charme e sensibilidade, expressada também na dança e no seu ritmo sensual: o tango, seus criadores Gardel (francês) e Alfredo Lepera (brasileiro).
No planeta não há quem não tenha ouvido uma música por mais simples que seja, a não ser que seja surdo. Numa cidade do interior chamada de a Califórnia paulista deu-se um Big-Bang, que ao invés de espalhar fragmentos rochosos fez surgir uma jovem senhora, um talento para a música que com sua voz maviosa, enternece as pessoas com sua sensibilidade e as faz vibrar também com os ritmos mais fortes.
Quando ela canta todo o ambiente a sua volta e só emoção e alegria.
Estou muito feliz por ter uma cantante na família.
Regina não tenho a pretensão de ser escritor, escrevo apenas umas bobeiras para exercitar os neurônios, pois não quero terminar meus dias como minha tia que confundia seu cachorro com um papagaio chamando- o de louro, ou o tio Guilherme que quis registrar como filho um pardal que caiu do ninho e foi criado por ele.
Eles terminaram seus dias em um hospício.
Desculpe eu ter sido breve, mas tenho que levar meu lagarto no terapeuta.
Tchau um abraço Walter 28/05/08
terça-feira, 27 de maio de 2008
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