segunda-feira, 2 de junho de 2008

Deixa que eu Chuto



Há algum tempo possuo um bar e mercearia numa região rural de chácaras de veraneio e para reforçar o estoque costumo fazer compras na cidade. Num sábado a tarde após comprar umas caixas de cervejas voltava eu e um amigo para o bar por uma estrada vicinal de terra. As caixas estavam calçadas com um cobertor velho e amarradas com uma cordinha para não ficarem batendo, pois a estrada era muito irregular. Íamos tranqüilos quando alguém que reconheci deu sinal de carona, normalmente eu não pararia, mas como ele era caseiro de um bom freguês parei, meu amigo ate estranhou. Oi seu Zé entra ai, ele entrou se acomodou e lá fomos nos, contando milonga e papo furado. Foi quando não sei de onde surgiu um cavalo na estrada. Dei uma batida na bunda dele, o carro desgovernado embicou para dentro do mato e parou. Ouvi um grito do seu Zé e um jato de algo quente empapou meu pescoço, olhei para trás e vi ele segurando a perna gritando como um louco, seu pe direito havia sumido, e a seguir desmaiou. Rapidamente puxamos o cobertor enrolamos na machucadura e com a cordinha fizemos um torniquete, foi tudo tão rápido que quando procuramos pelo pé ele ainda estava pulando no meio dos arbustos, o chinelo havia sumido pegamos o pé e enrolamos na ponta do cobertor.
Por sorte o carro pegou na partida saímos de uma pequena valeta e fomos ate o bar que ficava a uns quinhentos metros. Chegando no bar coloquei o pé dentro de um saco plástico completei com gelo amarrei e deixei no freezer ate pegar um isopor que estava dentro de casa, meu irmão olhava tudo sem nada entender, dei a ele o isopor e pedi para por o saco plástico dentro e cobrir com gelo enquanto eu pegava os documentos de uma Kombi que estava na garagem. Depois de tudo arranjado ajeitamos o seu Zé na Kombi peguei o isopor e partimos pro hospital de Guarulhos, quando entramos na via Dutra deparei com uma viatura da policia rodoviária e uma da Civil que estavam em um posto de combustível parei a Kombi e procurei os guardas que estavam tomando café no bar, expliquei o que aconteceu e eles se prontificaram a levar o seu Zé pro hospital e que eu e meu amigo iríamos juntos para esclarecer tudo,colocaram o seu Zé e o isopor na viatura e quando já íamos sair os policiais civis se aproximaram ofereceram ajuda como não havia necessidade partimos.
No caminho pelo radio os rodoviários alertaram a central para comunicar o hospital da chegada de uma emergência e de um possível implante de um pé.
Quando chegamos já estava tudo preparado levaram a vítima e o isopor para a sala de primeiro socorro para limpar e desinfetar o pé, o que não seria difícil, pois no acidente ele estava de chinelo. Logo a seguir o médico surgiu na sala bravo perguntando que brincadeira era aquela, pois o que havia no saco era um pedaço de carne e não um pé .Quando tentei explicar o que havia acontecido eis que aparece dois policiais e meu irmão com um saco de gelo na mão, era o pé. Na hora da pressa ele pos o saco errado no isopor e só percebeu quando foi servir um freguês, por sorte havia no bar um freguês que tinha carta de motorista e se prontificou a ajudar.
Quando iam para o hospital depararam com a viatura civil e pediram ajuda. Durante o procedimento constataram que o implante só poderia ser feito onde havia mais recursos e como o tempo urgia requisitaram um helicóptero Águia que o levou para o H.C das clínicas . Depois de apanhar o carro e a Kombi fomos até o distrito para esclarecer tudo.
Esclarecimento.
O carro estava com o assoalho traseiro podre e um furo tapado com papelão, na hora do acidente com o cavalo, no desvio peguei uma saliência que prendeu o pé que entrou no buraco e o arrancou. Depois das explicações fui liberado, o carro ficou detido para o inquérito. Felizmente para o seu Zé o implante foi possível , mas teve um pequeno problema. Quando tiraram o curativo notaram que havia um pequeno desvio, mas que podia ser corrigido com fisioterapia e uso de um aparelho de correção fisioterápico.
Depois de algum tempo ele relachou, abandonou o tratamento e só utilizava uma bengala.
Após algum tempo ele deixou a bengala, o andar era quase perfeito a não ser quando chutava o pe esquerdo com o direito, os dois pés às vezes entravam em desacordo.
A algum tempo ele vive num barraco e se sustenta com a pensão de inativo.
Ele costumava vir no bar tomar uma pinga e o pessoal dizia, Oi seu Zé lá vem o deixa que eu chuto, pois ele as vezes chutava o próprio pé.
Ele chegava tomava uma pinga pedia um cigarro solto, pagava e ia embora. Eu não queria cobrar, mas ele dizia, não liga não, o senhor não teve culpa, foi Deus que quis assim. Ele saia na porta parava e tentava chutar uma pedra invisível e dizia errei, olhava pro céu e falava um dia eu acerto seu calhorda.
Passado algum tempo uns parentes o levaram embora e nunca mais o vi.

Moral do fato:

Pé quando é mal implantado, Quando chuta é só pro lado.


Personagens Gomes dono do Bar Tim- Blim seu irmão e o S.R José, vitima.

Autor Walter Negrão editado dia 2/6/08

domingo, 1 de junho de 2008


Um sonho realizado

Como é belo viver um sonho
e depois realizar
que um dia vai reinar e não apenas sonhar
faz muitos anos menina,
com passos firmes seguindo
rumo ao pedestal
e quando nele subindo
chorando ou sorrindo
o povo te aplaudindo
em um extase total
como ela é linda gritavam
em um frenesi geral
você sempre sorrindo
como um ser angelical
a alegria explode
como se fosse
festa de carnaval
você passa ligeira
a silhueta faceira
e a todos mostrando
o charme e a beleza
da mulher brasileira


Parabéns de coração seu tio Walter